terça-feira, dezembro 26, 2006

Arlequim


Temos
que perder
nossas cabeças
para penetrar
nossos corpos.
Tem um tempo
para as mentes,
um tempo
para despojarmos
nossas mentes
e um tempo
para recuperá-las.

David Cooper
P. Cezanne-Arlequim (1888-1890) óleo sobre tela

segunda-feira, dezembro 25, 2006

Take My Hand



Touch my skin, and tell me what you're thinking
Take my hand, and show me where we're going
Lay down next to me,
look into my eyes,
and tell me -- oh tell me what you're seeing
So sit on top of the world, and tell me how you're
feeling
What you feel now is what I feel for you
Take my hand, and if I'm lying to you
I'll always be alone, if I'm lying to you
See my eyes, they carry your reflection
Watch my lips, and hear the words I'm telling you
GIve your trust to me
and look into my heart
and show me -- show me what you're doing
So sit on top of the world, and tell me how you're
feeling
What you feel is what I feel for you
Take my hand, and if I'm lying to you
I'll always be alone, if I'm lying to you
Take your time, if I'm lying to you
I know you'll find that you believe me
You believe me
Feel the sun on your face
and tell me what you're thinking
Catch the snow on your tongue
and show me how it tastes
Take my hand, and if I'm lying to you
I'll always be alone, if I'm lying to you
Take your time, and if I'm lying to you
I know you'll find that you believe me
You believe me
Dido

quinta-feira, dezembro 21, 2006

sarará

WHAT THE BLEEP DO WE KNOW?


"O homem é parte de um Todo chamado por ele mesmo de
Universo: uma pequena parte, limitada no tempo e espaço.
Ele se vê como algo separado do resto.
Ilusão que o limita a desejos pessoais, condicionando sua
afetividade a algumas e poucas pessoas de sua tribo.
Libertar-se desta prisão deveria ser o objetivo, aumentando
o círculo de compaixão para amar todas as criaturas vivas e
a natureza, em toda a sua beleza e magnitude".

Albert Einstein

terça-feira, dezembro 19, 2006



Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,

a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial.

Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.

Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez,

com outro número e outra vontade de acreditar,

que daqui para diante vai ser diferente"

Carlos Drummond de Andrade

Quero ver você não chorar...

Tocando em frente



Ando devagar porque já tive pressa
e levo esse sorriso porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei, ou nada sei..

Conhecer as manhas e as manhãso sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrirÉ preciso a chuva para florir...

Todo mundo ama um dia, todo mundo chora
Um dia a gente chega, no outro vai embora
cada um de nós compõe a sua história
cada ser em si carrega o dom de ser capaz
e ser feliz...

Conhecer as manhas e as manhãs
o sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir
Ando devagar porque já tive pressa
e levo esse sorriso porque já chorei demais
cada um de nós compõe a sua história
cada ser em si carrega o dom de ser capaz
e ser feliz...


composição Almir Sater e Renato Teixeira

Conto de Natal


A MENINA DOS FÓSFOROS
Hans Christian Andersen





Era a véspera do ano-novo. Aquela pobre menina que andava pelas ruas, a tiritar, nem sequer tinha sapatos! Alguém lhe dera um par de chinelos, mas um deles perdera-se no escuro, e o outro, ao saltar-lhe do pé, apanhara-o logo um menino, que o guardou para fazer dele um barco.Desde manhãzinha que a menina andava vendendo fósforos pelas ruas. Fazia tanto frio que ninguém parava para comprar fosse o que fosse.Pobre menina! Se ela regressasse à água-furtada onde morava, sem ter vendido nenhum fósforo, o pai brigaria com ela. Talvez mesmo lhe desse uma surra, pois era um homem muito severo.
As pessoas apressavam-se nas ruas a caminho de casa, onde as esperava um bom braseiro. A pobre menina é que não tinha onde se aquecer. Os flocos de neve caíam-lhe sobre os anéis do cabelo e entravam-lhe pelos olhos.O vento era cada vez mais gelado. Recolhendo-se a um portal, a menina riscou um fósforo para se reconfortar um pouco ao calor da pequenina chama. Tch!... Na noite ergueu-se uma chama clara, tão clara como se fosse uma grande luz. Que coisa estranha! Pareceu à menina que se encontrava sentada junto de um belo braseiro ornado de bolas de cobre. Como era bom aquecer-se um pouco! Estendeu as mãozinhas roxas de frio e ia estender também os pés quando a chama se apagou. O braseiro desaparecera: de novo nada mais havia do que a neve glacial e o vento sibilante.A menina acendeu resolutamente um segundo fósforo. Tch!... Num instante, a parede da frente ficou iluminada e tornou-se transparente como uma gaze. E que lindo era o que se via através dela! Era uma sala, no centro da qual havia finas porcelanas e, numa travessa, um pato recheado. Meu Deus, como cheirava bem esse pato guarnecido de castanhas e maçãs! E eis que de repente ele salta da travessa com a faca e o garfo espetados nas costas, como que dizendo: “Vamos, come-me!”.Bruscamente, tudo desapareceu. O fósforo ardera por completo. Com os dedinhos entorpecidos, a menina acendeu muito depressa outro fósforo. Oh! Que magnífica árvore-de-natal surgiu então diante dos seus olhos! Essa árvore era mil vezes mais bela do que aquela que tinha visto havia pouco através da porta envidraçada de uma loja. Centenas de velas cintilavam nos seus ramos, e, em redor, figuras de cores vivas animavam-se e sorriam.De súbito, as luzes da árvore-de-natal pareceram elevar-se, e a menina seguiu-as com os olhos, deslumbrada, porque se confundiam com as estrelas no céu. Sim, haviam se transformado em estrelas. Uma delas caiu, traçando um longo risco luminoso. A menina lembrou-se então de que a avó lhe contara outrora que, quando se vê uma estrela cair, deve-se pensar que uma alma voa para o céu. Mas a avozinha, que contava tão lindas histórias e que era tão terna para com sua netinha, morrera havia muito tempo. E agora a mãozinha da menina, arroxeada de frio, apenas segurava a ponta de outro fósforo apagado.Pobre menina! Resignou-se a acender outro fósforo ainda. E então viu algo maravilhoso! Viu a sua própria avó com um ar tão meigo e tão radioso que não pôde conter um grito:— Oh, avó, leva-me contigo, antes que se apague o fósforo! Não te vás embora, não desapareças como o braseiro de cobre, como o pato recheado, como a bela árvore-de-natal!Começou a acender todos os fósforos que restavam da caixa. E os fósforos espalhavam uma luz tão clara que parecia dia, um luminoso dia de verão. E a avó parecia cada vez mais radiosa no meio daquela grande luz. E então — ó maravilha! — pegou a sua netinha pelo braço e voou com ela ao Paraíso, lá onde não há fome, nem frio, nem sofrimento, pois é a casa de Deus.No dia seguinte, dia de ano-novo, as pessoas encontraram estendida na rua uma menina com uma caixa de fósforos completamente queimados.
Mas ninguém suspeitou que a alma daquela menina, na véspera, à noite, tivera deslumbrantes visões e entrara feliz no ano-novo, com sua querida avozinha.

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Flash

 Posted by Picasa

Cores


" O que é belo não depende do que se vê, nós somos os pintores que escolhemos as cores, pra iluminar nosso sorriso e colorir nossos amores."





I.Volpi

Feliz Natal


Lagoa Rodrigo de Freitas - RJ

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Sonhos

Há quem digaque todas as noites são de sonhos...
Mas há também quem garanta que nem todas...
Só as de verão...

Mas no fundo isso não tem muita importância...
O que interessa mesmo
não são as noites em si...
São os sonhos...

Sonhos que o homem sonha sempre...
Em todos os lugares,
em todas as épocas do ano...
Dormindo ou acordado...


Shakespeare

O Grito de Edward Munch


Uma das perguntas mais freqüentes em História da Arte, sobre o quadro “O Grito”, de Edward Munch é o motivo do grito. O ue aconteceu para aquela expressão de medo, quase terror, pintado pelo artista no ano de 1893?Finalmente, agora sabemos. Há um ano atrás, a revista Sky Telescope, especializada em astronomia, tornou pública a pesquisa de três cientistas, liderados pelo físico e astrônomo DON W. OLSON, da Universidade do Texas, com a ajuda de computadores da última geração e farta documentação, esclareceu o motivo do grito. Em 26 de agosto de 1883, um terremoto de proporções apocalípticas, tirou do mapa a ilha vulcânica de KRAKATOA, em Java, na Indonésia. Foi a maior Tsumani do século 19. Foram tantas lavas e ondas gigantes, antes do mar engolir toda a ilha que até em Nova York, os efeitos do sismo foram sentidos. O New York Times registrou que o horizonte da cidade tingiu-se de escarlate, manchando o céu e as núvens, e uma estranha fuligem cobriu a cidade, deixando as pessoas temerosas. Munch passeava com dois amigos pelo caminho de MOSSEVEIN na zona portuária de Oslo, quando os reflexos da tsumani, na Indonésia alcançaram os céus da Noruega. Crepúsculo como aquele nunca vira. “De repente, ficou rubro anotou o artista em seu diário” e uma profunda melancolia e tensão se apossou de mim. Curvei-me sobre a mureta para apreciar as nuvens cor de sangue a língua de fogo que passava sobre os FJORDS. Meus amigos foram embora e eu fiquei só, trêmulo e ansioso, como se tivesse ouvido um grito cortante e interminável atravessando a naturezaO pintor nunca esqueceu aquela tarde, prometendo a si mesmo que no momento oportuno reproduziria aquele instante em uma tela. Finalmente, quase 10 anos depois, em 1893, o quadro foi pintado como parte de um trabalho “A FRISA DA VIDA”, derivado de experiências pessoais do artista. A este trio de cientistas é que a História da Arte deve essa descoberta.

segunda-feira, dezembro 11, 2006

arte divina

Amedeo Modigliani



Este filme é uma biografia do apaixonante artista Amedeo Modigliani.Ele revolucionou o mundo das artes como um cometa, dançando sobre as mesas, embriagado de paixão pela vida. Inspirado pelo amor e consumido pela obsessão, é o famoso pintor Modigliani (Adndy Garcia), um gênio criativo que viveu e absorveu a charmosa Paris do início do século XX com uma atração incontrolável pela beleza.
O filme mostra o último ano de sua vida, às voltas com as drogas e as paixões. Faz menção aos diversos dramas que o artista viveu de forma bem dosada, quando fala de Modigliani como pai, artista, marido, homem e amigo.
Colega de Picasso (Omid Djalili), amante de Jeanne Hébuterne (Elsa Zylberstein), filho de judeus, Amedeo Modigliani foi um artista ímpar e o filme sobre sua vida também não deixa de ser. Realmente uma ótima escolha para quem é um apreciador de arte.

domingo, dezembro 10, 2006

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Na cabeceira...

Mario Vargas Llosa
bom menino...e as:
Travessuras da Menina Má....



- Uma velha história – respondi. – Nunca a contei a ninguém, nunca. Mas, sabe, acho que sim, acho que vou contar a você, Elena. Para que se esqueça do que houve com Yilal.
- E contei. Do princípio ao fim, desde os já distantes dias da minha infância, quando a chegada de Lucy e Lily, as falsas chilenitas, alvoroçou as ruas tranqüilas de Miraflores, até aquela noite de amor apaixonado, em Tóquio – a mais bela noite de amor da minha vida -, que se cortou bruscamente do a visão do senhor Fukuda, nas sombras daquele quarto, observando-nos com seus óculos escuros e as mãos ocupadas na braguilha. Não sei por quanto tempo falei. Não sei em que momento as Simon apareceu, sentou-se ao lado de Elena e,silencioso e atento como ela, ficou me escutando. Não sei em que momento as lágrimas brotaram dos meus olhos e, envergonhado com essa efusão sentimental, fiz silêncio. Levei um bom tempo para me acalmar. Enquanto balbuciava umas desculpas, vi Simon levantar-se e voltar com taças e uma garrafa de vinho.
- É a única coisa que tenho, vinho, e ainda por cima um Beaujolais bem barato – desculpou-se, dando um tapinha no meu ombro. – Creio que casos como este merecem uma bebida mais nobre.
- Uísque, vodca, rum ou conhaque, é claro! – Disse Elena. – Essa casa é um desastre. Nunca temos o que deveríamos ter. Somos uns anfitriões lamentáveis Ricardo. Atrapalhei seu relatório de amanhã com minha catarse, Simon.
- Coisa bem mais interessante que o meu relatório – declarou. – Aliás, esse apelido que ela lhe deu cabe em você feito uma luva. Não no sentido pejorativo, mas no literal. Isso é o que você é, mon vieux, queira ou não queira: um bom menino.
Sabe que é uma história de amor maravilhosa? – Exclamou Elena, olhando-me com surpresa. – Por que é isso, no fundo. Uma maravilhosa história de amor. Este belga triste nunca me amou assim. Quem me dera, rapaz.
- Gostaria de conhecer essa Mata Hari – disse Simon.
- Vai ter que passar por cima do meu cadáver – ameaçou Elena, puxando-lhe a barba. – Você tem fotos dela? Posso ver?
- Nenhuma. Que eu me lembre jamais tiramos uma foto juntos.
Na próxima vez que ela telefonar, por favor, atenda – pediu Elena. – Essa história não pode terminar assim, com um telefone tocando e tocando, como no pior filme de Hitchcock.
- E, além disso – Simon baixou a voz – você tem que perguntar se Yilal falou mesmo com ela.
- Estou morto de vergonha por ter feito essa cena – pedi desculpas outra vez o choro e tudo isso, quero dizer.
- Você não percebeu. Mas Elena também derramou umas boas lágrimas – disse Simon. – Até eu mesmo teria entrado na dança, se não fosse belga. Minhas raízes judaicas me soltam o choro. Mas prevaleceu o valão. Um belga não cai nessas emotividades de sul-americanos tropicais.
- Pela menina má, por essa mulher fantástica! – Elena ergueu a taça. – Que vida tão monótona essa que eu tive, meu Deus.


p.168

James Kim

quarta-feira, dezembro 06, 2006

For Your Own Good









"Não te enganes, a vida vai tratar-te mal, portanto, se queres viver tua vida, vá e toma-a"






L.A.-Salomé

Darkness

terça-feira, dezembro 05, 2006

Da minha janela...

Houve um tempo em que minha janela
se abria sobre uma cidade que parecia
ser feita de giz.
Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada,
e o jardim parecia morto.
Mas todas as manhãs vinha um pobre homem
com um balde e,
em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas.
Não era uma rega: era uma
espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse.
E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos
magros e meu coração ficava
completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o
jasmineiro em flor. Outras vezes
encontro nuvens espessas.
Avisto crinças que vão para a escola.
Pardais que pulam pelo muro.
Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais.
Borboletas brancas, duas a duas, como refelectidas no espelho do ar.
Marimbondos que sempre me parecem
personagens de Lope de Vega.
Às vezes um galo canta.
Às vezes umavião passa. Tudo está certo, no seu
lugar, cumprindo o seu destino. E eu me
sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas
felicidades certas, que estão diante de
cada janela, uns dizem que essas coisas
não existem, outros que só existem
diante das minhas janelas, e outros,
finalmente, que é preciso aprender a
olhar, para poder vê-las assim.

Cecília Meireles

sexta-feira, dezembro 01, 2006

quinta-feira, novembro 30, 2006

DãDã


"Amor, então,
também acaba?
Não que eu saiba.
O que eu sei
é que se transforma
numa matéria-prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva.
Ou em rima."
>(:-0=)
Leminsk!!!!

No caminho




Comigo a natureza enlouqueceu,

sou todo coração.

Maiakovsky

segunda-feira, novembro 27, 2006

Aprendizado



Ainda falta descobrir a serenidade
ainda falta dominar a
ansiedade
e aprender a
esperar
ainda me falta
pacificar
deixando o coração
ficar mudo
ainda me falta aprender
quase
tudo
A. D.
Do pássaro ferido
Do pássaro ferido, o que resta?
Não o corpo, esquecido na calçada,
mas um vôo escorrendo na memória
do menino azul de antigamente.
Não o aperto da hora da garganta,
mas um canto durando no ar, quando
já as palavras viram frios limos
por entre solitários assuntos.
Não o aroma da morte acontecida
para o última pouso, mas o cheiro
de bosque enquanto o lobo mau não veio.
Resta um riso de calma coagulado
na boca de hoje, em meio à tempestade,
não um ramo de sangue preso ao bico.
Heládio Brito

sábado, novembro 25, 2006

Tropical Storm

When the wind blows down this hard,
Many a bond is broken.
See the water lie on the ground
From where the heavens opened.
Lord, how will you get through this nigh
tWith your dreams departed?
And who alone will comfort you?
Only the broken hearted.
So you’ve gone beyond your means,
Every wound is open,
Your best laid plans are out of reach,
And all your fears unspoken.

Sweet revenge is spoken then
;In the twilight it is gone.
To living lies with no escape,
Lord, I would rather be alone.
I press my fingers to the wood
To tell you of my dreaming,
To sing you songs from olden times,
To keep the love light gleaming.
’cause there’s a place where we can go,
Where we will not be parted.
And who alone will enter there?
Only the broken hearted.
Only the broken, broken hearted.



Broken Hearted
Mr. Eric Clapton
Ele já foi chamado de tudo. "Melhor guitarrista de todos os tempos", "o melhor bluesman da história" e até de "Deus". Exageros de fãs à parte, sua carreira é de fato extraordinária, tanto pelo quanto produziu quanto pela qualidade do que produziu. Com um talento inquestionável, Clapton foi, é, e sempre será influência obrigatória para os grandes músicos, em especial os guitarristas. Referência para instrumentistas de peso como Eddie Van Halen, Clapton tocou com os maiores nomes do blues e do rock'n'roll, participou dos maiores e mais renomados festivais de música e entalhou seu nome entre os melhores do mundo.

sexta-feira, novembro 24, 2006

Você sabia...

"Que moramos a um ano-luz daqui!"

Hell Freezes over

On a dark desert highway, cool wind in my hair
Warm smell of colitas rising up through the air
Up ahead in the distance,
I saw a shimmering light
My head grew heavy and my sight grew dim
I had to stop for the night
There she stood in the doorway;
I heard the mission bell
And I was thinking to myself this could be heaven or this could be hell
Then she lit up a candle, and she showed me the way
There were voices down the corridor, I thought I heard them say
Welcome to the Hotel California
Such a lovely place, such a lovely face
Plenty of room at the Hotel California
Any time of year (any time of year) you can find it here
Her mind is Tiffany twisted, she got the Mercedes bends
She got a lot of pretty, pretty boys that she calls friends
How they dance in the courtyard, sweet summer sweat
Some dance to remember, some dance to forget
So I called up the captain; please bring me my wine
We haven't had that spirit here since nineteen sixty-nine
And still those voices are calling from far away
Wake you up in the middle of the night, just to hear them say
Welcome to the Hotel California
Such a lovely place, such a lovely face
They livin' it up at the Hotel California
What a nice surprise (what a nice surprise) bring your alibis
Mirrors on the ceiling, the pink champagne on ice
And she said we are all just prisoners here of our own device
And in the master's chambers, they gathered for the feast
They stab it with their steely
knives but they just can't kill the beast
Last thing I remember I was running for the door
I had to find the passage back to the place I was before
Relax said the nightman
We are programmed to receive
You can check out anytime you like but you can never leave

Hotel California
Eagles

Blues Boy King


Lenda do blues B. B. King volta ao Brasil

Mafalda M.

A língua das Mariposas


Filme: A língua das Mariposas

Para quem acredita na vida e na educação.



>:-)

Eu e você e todos nós





Filme: Eu, você e todos nós

Uma poética e penetrante observação de como as pessoas tentam se conectar umas às outras em um mundo contemporâneo e distanciado.

> : - )

quinta-feira, novembro 23, 2006

Cântico negro

"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí!
Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!


José Régio (1901-1969)
Escritor português, professor, poeta, dramaturgo, ensaísta.

Graciliano Ramos (aqui)


"....Certa vez minha mãe surrou-me com uma corda nodosa que me pintou as costas de manchas sangrentas. Moído, virando a cabeça com dificuldades, eu distinguia nas costelas grandes lanhos vermelhos. Deitaram-me, enrolaram-me em panos molhados com água e sal – e houve uma discussão na família. Minha avó, que nos visitava, condenou o procedimento da filha e esta afligiu-se. Irritada, ferira-me à toa, sem querer. Não guardei ódio a minha mãe: o culpado era o nó. Se não fosse ele, a flagelação me haveria causado menor estrago. E estaria esquecida. A história do cinturão, que veio pouco depois, avivou-a.
Meu pai dormia na rede armada na sala enorme. Tudo é nebuloso. Paredes extraordinariamente afastadas, rede infinita, os armadores longe, e meu pai acordando, levantando-se de mau humor, batendo com os chinelos no chão, e cara enferrujada. Naturalmente não me lembro da ferrugem, das rugas, da vós áspera, do tempo que ele consumiu rosnando, uma exigência. Sei que estava bastante zangado, e isso me trouxe a covardia habitual. Desejei vê-lo dirigir-se a minha mãe e a José Baía, pessoas grandes, que não levavam pancada. Tentei ansiosamente fixar-me nessa esperança frágil. A força de meu pai encontraria resistência e gastar-se-ia em palavras..."

(trecho de: Infância)

Graciliano Ramos - 1921-1964

> : - )

(Entre livros homenageia este mês o grande escritor nordestino, sua grande obra Vidas Secas, chega a centésima edição este ano)

terça-feira, novembro 21, 2006

OS 100 LIVROS BRASILEIROS DO SÉCULO 20

1.Novelas Paulistanas: Brás, Bexiga e Barra Funda - Antonio de Alcântara Machado
2.A Rosa do Povo - Carlos Drummond de Andrade
3.O Tempo e o Vento - Érico Veríssimo
4.Vidas Secas - Graciliano Ramos
5.Grande Sertão: Veredas - Guimarães Rosa
6.Invenção de Orfeu - Jorge de Lima
7.Libertinagem - Manuel Bandeira
8.Macunaíma: O Herói sem Nenhum Caráter - Mário de Andrade
9.Reinações de Narizinho - Monteiro Lobato
10.Poesia Liberdade - Murilo Mendes
11.Dom Casmurro - Machado de Assis
12.Triste Fim de Policarpo Quaresma - Lima Barreto
13.Memórias Sentimentais de João Miramar - Oswald de Andrade
14.Morte e Vida Severina - João Cabral de Mello Neto
15.A Hora da Estrela - Clarice Lispector
16.Gabriela, Cravo e Canela - Jorge Amado
17.Crônicas da Casa Assassinada - Lúcio Cardoso
18.Os Sertões - Euclides da Cunha
19.O Ex-Mágico - Murilo Rubião
20.O Vampiro de Curitiba - Dalton Trevisan
21.Os Cavalinhos de Platiplanto - J.J. Veiga
22.A Coleira do Cão - Rubem Fonseca
23.Ópera dos Mortos - Autran Dourado
24.A Lua vem da Ásia - Campos de Carvalho
25.Histórias do Desencontro - Lygia Fagundes Telles
26.Canaã - Graça Aranha
27.A Menina Morta - Cornélio Penna
28.A Luta Corporal - Ferreira Gullar
29.O Conde e o Passarinho - Rubem Braga
30.Baú de Ossos - Pedro Nava
31.Jeremias sem Chorar - Cassiano Ricardo
32.Faróis - Cruz e Souza
33.Vestido de Noiva - Nelson Rodrigues
34.O Pagador de Promessa - Dias Gomes
35.Navalha na Carne - Plínio Marcos
36.A Moratória - Jorge Andrade
37.Mar Absoluto - Cecília Meireles
38.O Dialeto Caipira - Amadeu Amaral
39.Princípios de Lingüística Geral - Joaquim Matoso Câmara Júnior
40. A Unidade da România Ocidental - Theodoro Henrique Maurer Jr
41. Línguas Brasileiras: para o Conhecimento das Línguas Indígenas - Aryon DallIgna Rodrigues 42.Princípios da Economia Monetária - Eugênio Gudin
43.Inflação: Gradualismo e Tratamento de Choque - Mário Henrique Simonsen
44.Da Substituição de Importações ao Capitalismo Financeiro - Maria daConceição Tavares
45.A Inflação Brasileira - Ignácio Rangel
46.Quinze Anos de Política Econômica - Carlos Lessa
47.A Economia Brasileira em Marcha Forçada - Antônio Barros de Castro eFrancisco Eduardo Pires de Souza
48.História Econômica do Brasil, 1500-1808 - Roberto Cochrane Simonsen
49.Desenvolvimento Econômico e Evolução Urbana - Paul Singer
50.A Lanterna na Popa: Memórias - Roberto Campos
51.Tratado de Direito Privado - Pontes de Miranda
52.Código Civil dos Estados Unidos dos Brasil - Comentado - ClóvisBevilacqua
53.A Cultura Brasileira: Introdução ao Estudo da Cultura no Brasil -Fernando de Azevedo
54.Educação para a Democracia: Introdução à Adm. Educ. - Anísio SpinolaTeixeira
55.Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
56.História da Educação no Brasil - Otaíza Oliveira Romanelli
57.A Criança Problema - Arthur Ramos
58.José Bonifácio: História dos Fundadores do Império do Brasil - OctávioTarquínio de Sousa
59.Capítulos da História Colonial - 1500 - 1800 - João Capistrano de Abreu
60.Evolução Política do Brasil e outros Estudos - Caio Prado Jr.
61.Formação Econômica do Brasil - Celso Furtado
62.Raízes do Brasil - Sérgio Buarque de Hollanda
63.Portugal e Brasil na Crise do Antigo Sistema Colonial - Fernando A.Novais
64.Da Senzala à Colônia - Emília Viotti da Costa
65.Os Donos do Poder. Formação do Patronato Político Brasileiro - RaymundoFaoro
66.Olinda Restaurada - Guerra e Açúcar no Nordeste - 1630/1654 - EvaldoCabral de Mello
67.O Escravismo Colonial - Jacob Gorender
68.A Integração do Negro na Sociedade de Classes - Florestan Fernandes
69.Casa Grande & Senzala - Gilberto Freyre
70.Formação da Literatura Brasileira - Antônio Cândido
71.A Terra e o Homem no Nordeste - Manoel Correia de Andrade
72.O Colapso do Populismo no Brasil - Octávio Ianni
73.Populações Meridionais do Brasil: Hist. Org. Psicolog. - OliveiraVianna]
74.Teoria da História do Brasil - José Honório Rodrigues
75.Formação Histórica da Nacionalidade Brasileira - Manoel de OliveiraLima
76.O Espaço Dividido, os dois circuitos da economia urbana dos paísessubdesenvolvidos - Milton Santos
77.Capitalismo e Escravidão no Brasil Meridional - Fernando HenriqueCardoso
78.Aldeamentos Paulistas - Pasquale Petrone
79.O Messianismo no Brasil e no Mundo - Maria Isaura Pereira Queiroz
80.Os Africanos no Brasil - Nina Rodrigues
81.Bibliografia Crítica da Etnologia Brasileira - Herbert Baldus82.Tradição e Transição em uma Cultura Rural do Brasil - Emílio Willems
83.Aspectos Fundamentais da Cultura Guarani - Egon Schaden
84.Estudos Afro-Brasileiros - Roger Bastide
85.Povoamento da Cidade de Salvador - Thales de Azevedo
86.Os Índios e a Civilização - A Integração das Populações Indígenas noBrasil Moderno - Darcy Ribeiro
87.O índio e o Mundo dos Brancos. A situação dos Tukuma dos AltosSolimões - Roberto Cardoso deOliveira
88.Bahia: A Cidade do Salvador e seu Mercado no Século XIX - Kátia M. deQueirós Mattoso
89.O Brasil Nação. Realidade da Soberania Brasileira - Manoel Bomfim90.A Organização Social - Alberto Torres
91.Contribuição à História das Idéias no Brasil - João Cruz Costa92.Consciência e Realidade Social - Álvaro Vieira Pinto
93.Estudos de Literatura Brasileira - José Veríssimo
94.Construções Civis: Curso Professorado na Escola Politécnica de SãoPaulo - Alexandre Albuquerque
95.Cálculo de Concreto Armado - Telemaco Van Langendonck / AssociaçãoBrasileira de Cimento Portland,1944-1950
96.Sobre Arquitetura - Lúcio Costa
97.Dicionário de Arquitetura Brasileira - Eduardo Corono e Carlos Lemos
98.Dicionário das Artes Plásticas no Brasil - Roberto Pontual
99.História Geral da Arte no Brasil - Walter Zanini
100.Histologia Básica - Luis Carlos Uchoa Junqueira e Jose Carneiro.


Votação promovida pela CBL em 1999

Os 100 melhores livros da literatura universal segundo a Folha de São Paulo

1º - Ulisses (1922) - James Joyce (1882-1941). Retomando parodicamente a obra fundamental do gênero épico -a "Odisséia", de Homero-, "Ulisses" pretende ser uma súmula de todas as experiências possíveis do homem moderno. Ao narrar a vida de Leopold Bloom e Stephen Dedalus ao longo de um dia em Dublin (capital da Irlanda), o autor irlandês rompeu com todos as convenções formais do romance: criação e combinação inusitada de palavras, ruptura da sintaxe, fragmentação da narração, além de praticamente esgotar as possibilidades do monólogo interior. Para T.S. Eliot, o mito de Ulisses serve para Joyce dar sentido e forma ao panorama de "imensa futilidade e anarquia da história contemporânea".
2º - Em Busca do Tempo Perdido (1913-27) - Marcel Proust (1871-1922). Ciclo de sete romances do escritor francês, inter-relacionados e com um só narrador, dos quais os três últimos são póstumos: "O Caminho de Swann", "À Sombra das Raparigas em Flor", "O Caminho de Guermantes", "Sodoma e Gomorra", "A Prisioneira", "A Fugitiva" e "O Tempo Redescoberto". Ampla reflexão sobre a memória e o poder dissolvente do tempo, o ciclo se apóia em fatos mínimos que induzem o narrador a resgatar seu passado, ao mesmo tempo em que realiza um painel da sociedade francesa no fim do século 19 e início do 20.
3º - O Processo - Franz Kafka (1883-1924). Na obra-prima do escritor tcheco de língua alemã, o bancário Josef K. é intimado a depor em um processo instaurado contra ele. Mas, enredado em uma situação cada vez mais absurda, Joseph K. ignora de que é acusado, quem o acusa e mesmo onde fica o tribunal.
4º - Doutor Fausto (1947) - Thomas Mann. Biografia imaginária do compositor alemão Adrian Leverkühn, escrita por seu amigo Serenus Zeitblom durante o desenrolar da Segunda Guerra Mundial. Nela, o autor, para recontar o pacto fáustico com o diabo, se vale de aspectos da vida de Nietzsche, da teoria dodecafônica de Shoenberg e do auxílio teórico do filósofo Adorno. O alemão Thomas Mann, filho de uma brasileira, recebeu o Prêmio Nobel em 1929.
5º - Grande Sertão: Veredas (1956)- Guimarães Rosa (1908-1967). No sertão do Norte de Minas, o jagunço Riobaldo conta para um interlocutor, cujo nome não é revelado, a história de sua vida de guerreiro e de seu amor pelo jagunço Diadorim -na verdade, uma mulher disfarçada de homem para vingar o pai morto em luta. A escrita de permanente invenção de Guimarães Rosa (feita de neologismos, arcaísmos, transfigurações da sintaxe) reelabora a expressão oral e os mitos do interior do país a fim de criar um quadro épico e metafísico do sertão
6º - O Castelo (1926) - Franz Kafka. Em busca de trabalho, o agrimensor K. chega a uma aldeia governada por um déspota que habita um castelo construído no alto da colina. Submetida a leis arbitrárias, a população passa a hostilizá-lo. Kafka morreu antes de concluí-lo.
7º - A Montanha Mágica (1924) - Thomas Mann (1875-1955). Imagem simbólica da corrosão da sociedade européia antes da Primeira Guerra. Ao visitar o primo em um sanatório, Hans Castorp acaba por contrair tuberculose. Permanece internado por sete anos, vivendo em um ambiente de requinte intelectual, em permanente debate com idéias filosóficas antagônicas, até que decide partir para o front.
8º - O Som e a Fúria (1929) - William Faulkner (1897-1962). Edições Dom Quixote (Portugal). No condado imaginário de Yoknapatawpha, no sul dos EUA, a vida da decadente família Compson é narrada por quatro personagens distintos, todos obcecados pela jovem Caddy, neste romance em que a linguagem se amolda à consciência de cada personagem. O americano Faulkner ganhou o Prêmio Nobel em 1949.
9º - O Homem sem Qualidades (1930-1943) - Robert Musil (1880-1942). Nova Fronteira Fio condutor do enredo, o ex-oficial Ulrich é repleto de dotes intelectuais, mas incapaz de encontrar uma finalidadeem que aplicá-los. De caráter ensaístico, a obra é uma vasta reflexão sobre a crise social e espiritual do século 20.
10º - Finnegans Wake Finnegans Wake (1939) - James Joyce. Penguin (EUA). No Brasil, trechos do livro em "Panaroma do Finnegans Wake" (Ed. Perspectiva). Joyce criou nesta obra, que radicaliza seu experimentalismo linguístico, provavelmente o mais complexo texto do século. A narrativa, repleta de referências simbólicas, mitológicas e linguísticas que tornam a leitura um desafio permanente, gira em torno do personagem Humphrey Chimpden Earwicker (HCE) e sua mulher Ana Lívia Plurabelle (ALP), que vivem em Dublin.
11º - A Morte de Virgílio (1945) - Hermann Broch (1886-1951). Relógio d'Água (Portugal). Escritor austríaco. Concebida enquanto o autor estava preso pelos nazistas, a obra é um longo monólogo interior do poeta latino Virgílio.12º - Coração das Trevas (1902) - Joseph Conrad (1857-1924). Ediouro Escritor ucraniano de língua inglesa. Em busca de um mercador de marfim que desapareceu na selva africana, o capitão Marlowe o encontra inteiramente louco e cultuado como um deus pelos nativos.
13º - O Estrangeiro (1942) - Albert Camus (1913-1960). Record . Obra que consagrou o autor francês de origem argelina (Nobel de 1957) ao tratar do absurdo da existência. Aparentemente sem motivação -"por causa do sol"-, Mersault mata um árabe durante passeio pela praia. Julgado e condenado à morte, resigna-se a seu destino.
14º - O Inominável (1953) - Samuel Beckett (1906-1989). Nova Fronteira . Conclusão da trilogia do dramaturgo irlandês, após "Molloy" e "Malone Morre". Reduzido a uma condição precária de existência -sem nome-, o narrador busca se apropriar da identidade de dois outros personagens, Mahood e Worm. Beckett ganhou o Nobel em 1969.
15º - Cem Anos de Solidão (1967) - Gabriel García Márquez (1928). Record . Colombiano, ganhou o Nobel em 1990. A saga de duas famílias no povoado fictício de Macondo é o pretexto para o autor construir uma alegoria da situação da América Latina. Obra que projetou internacionalmente o "realismo mágico".
16º - Admirável Mundo Novo (1932) - Aldous Huxley (1894-1963). Globo . Inglês. Alegoria sobre as sociedades administradas e sem liberdade. Em um futuro indefinido, todos os nascimentos são "de proveta" e os cidadãos são vigiados. Nascido de uma mulher, John se torna uma ameaça por sua diferença.
17º - Mrs. Dalloway (1925) - Virginia Woolf (1882-1941). Penguin Books (EUA). Inglesa. A partir de um fato banal -a compra de flores para uma festa-, Mrs. Dalloway relembra sua vida -como a relação com a filha e uma antiga paixão.
18º - Ao Farol (1927) - Virginia Woolf. Ediouro . Um passeio da família Ramsay a um farol, frustrada pelo mau tempo, torna-se imagem da sensação de perda que percorre a obra: logo após irrompe a Primeira Guerra e a morte atingirá os Ramsay.
19º - Os Embaixadores (1903) - Henry James (1891-1980). Oxford University Press ("The Embassadors", Reino Unido). Tema central do escritor americano, o confronto entre a mentalidade puritana dos EUA a cultura "fin-de-siècle" européia dá o tom nesta história sobre americano que vai a Paris para trazer de volta rapaz seduzido pela capital francesa.
20º - A Consciência de Zeno (1923) - Italo Svevo (1861-1928). Minerva (Portugal). Após várias tentativas malogradas para deixar de fumar, Zeno Cosini segue o conselho de seu psicanalista e decide escrever a história de sua vida, fazendo um retrato impiedoso da burguesia italiana.
21º - Lolita (1958) - Vladimir Nabokov (1899-1977). Cia. das Letras . Russo naturalizado americano. O professor quarentão Humber apaixona-se pela adolescente Lolita. Para tê-la próxima, casa-se com sua mãe, que morre em um acidente de carro. Os dois se tornam então amantes.
23º - O Leopardo (1958) - Tomaso di Lampedusa (1896-1957). L&PM . Único romance do autor italiano. No século 19, em uma Sicília dominada por clãs familiares, o aristocrático Fabrizio Salina recusa-se a ver a decadência de sua classe, anunciada pelas convulsões sociais que vão levar a Itália à unificação.
24º - 1984 (1949) - George Orwell (1903-1950). Companhia Editora Nacional . Inglês. Nesta sombria alegoria passada em futuro que seria o ano de 1984, cidadãos estão submetidos à autoridade onipresente do "Big Brother" e proibidos de manifestar sua individualidade.
25º - A Náusea (1938) - Jean-Paul Sartre (1905-1980). Nova Fronteira . Nesta obra que tornou o filósofo Sartre mundialmente conhecido, o herói Roquentin, sentado num banco de praça em uma cidade do interior, subitamente deixa de ver sentido no mundo e passa a ter consciência do "mal-estar de existir". Francês, Sartre recusou o Nobel em 64.
26º - O Quarteto de Alexandria (1957-1960) - Lawrence Durrell (1912-1990). Ulisseia (Portugal). Inglês de origem indiana. Tetralogia em que a mesma história de política, amor e perversão é contada de quatro óticas diferentes, em quatro diferentes romances : "Justine", "Balthazar", "Mountolive" e "Clea".
27º - Os Moedeiros Falsos (1925) - André Gide (1869-1951). Gallimard ("Les Faux-Monnayeurs", França). Edouard mantém um "diário do romance", a partir do qual pretende escrever um romance -"Moedeiros Falsos". A obra criou o "mise-en-abîme" -técnica em que a personagem se duplica dentro do romance. Francês, recebeu o Nobel em 1947.
28º - Malone Morre (1951) - Samuel Beckett. Edições Dom Quixote (Portugal). Segundo livro da trilogia do autor. Moribundo em um leito de hospital, Malone reflete sobre sua vida.
29º - O Deserto do Tártaros (1940) - Dino Buzzati (1906-1972). Mondadori ("Il Deserto dei Tartari", Itália) Italiano. O tenente Drogo é enviado ao longínquo e decadente forte Bastiani, situado na fronteira pacificada de um país que nunca é nomeado. Lá, todos aguardam há décadas o ataque improvável dos tártaros e a desilusão se torna regra.
30º - Lord Jim (1900) - Joseph Conrad (1857-1924). Publicações Europa-América (Portugal). Conrad narra a história de um marinheiro atormentado pelo remorso de ter permitido o naufrágio de seu navio.
31º - Orlando (1928) - Virginia Woolf. Ediouro . A autora inglesa imagina sua amiga, a também escritora Vita-Sackville West, vivendo nos três séculos anteriores.
32º - A Peste (1947) - Albert Camus. Record . Epidemia assola Orán, na Argélia. A cidade é isolada e muitos morrem. Escrita logo após o fim da Segunda Guerra, a obra reflete sobre como indivíduos reagem à morte iminente, ao isolamento e ao vácuo de sentido que se abre em suas vidas.
33º - O Grande Gatsby (1925) - Scott Fitzgerald (1896-1940). Relógio d'Água (Portugal). Americano. Vivendo de negócios ilícitos, Jay Gatsby revê antiga paixão, Daisy, agora casada com o milionário Tom Buchanan. Tornam-se amantes, mas Daisy e o marido acabarão por envolver Gatsby em intriga que o levará a um fim trágico.
34º - O Tambor (1959) - Günter Grass (1927). Vintage Books ("The Tin Drum", EUA). Obra em que o autor alemão narra a ascensão do nazismo. Internado em um manicômio, Oskar relembra sua vida desde os três anos, quando decidiu parar de crescer por ódio aos pais e ao mundo adulto.
35º - Pedro Páramo (1955) - Juan Rulfo (1918-1986). Paz e Terra (R$ 19,50). Mexicano. Nesta obra que prenuncia o "realismo mágico", Juan chega a Comala em busca do paradeiro do pai, Pedro Páramo. Mas, ao descobrir que o povoado é habitado apenas por mortos, Juan morre aterrorizado. Enterrado, outros fantasmas irão lhe contar a vida de seu pai.
36º - Viagem ao Fim da Noite (1932) - Louis-Ferdinand Céline (1894-1961). Cia. das Letras (R$ 30,00). Francês. Após ser ferido na Primeira Guerra, Bardamu conhece a americana Lola, com quem viaja para os EUA. Passado na França, África e nos EUA, a obra critica as guerras e o colonialismo.
37º - Berlin Alexanderplatz (1929) - Alfred Döblin (1878-1957). Rocco (R$ 42,00). Alemão. Obra que abriu novas possibilidades ao gênero ao utilizar técnicas de montagem e justaposição para construir, nos anos 20, uma Berlim multifacetada, por onde transitam personagens esmagadas pela engrenagem social.
38º - Doutor Jivago (1957) - Boris Pasternak (1890-1960). Itatiaia (R$ 15,90). Um amplo painel da Rússia nas três primeiras décadas deste século, desde a crise do czarismo até a implantação do comunismo. O autor foi perseguido pelo regime comunista soviético, que o forçou a recusar o Prêmio Nobel de 1958.
39º - Molloy (1951) - Samuel Beckett (1906-1989). Nova Fronteira (R$ 19,00). Primeiro obra da trilogia. Relembrando suas viagens, os narradores Molloy e Moran revelam-se a mesma pessoa, e as viagens, a busca da identidade perdida.
40º - A Condição Humana (1933) - André Malraux (1901-1976). Record (R$ 28,00). Ambientado em Xangai (China), o romance dramatiza os primeiros levantes da Revolução Chinesa, em 1927. Francês, Malraux foi ministro da Cultura de Charles de Gaulle.
41º - O Jogo da Amarelinha (1963) - Julio Cortázar (1914-1984). Civilização Brasileira (R$ 41,00). Argentino. A vida de Oliveira em Paris é o pretexto para o autor criar um dos romances mais ousados do século 20. Ao propor possibilidades da leitura dos capítulos fora da ordem sequencial, o narrador delega ao leitor a capacidade de também "construir" o romance.
42º - Retrato do Artista Quando Jovem (1917) - James Joyce. Ediouro (R$ 19,90). De caráter autobiográfico, a obra investiga o processo de formação do artista ao longo da infância e adolescência do personagem Stephen Dedalus, que será um dos personagens centrais de "Ulisses".
43º - A Cidade e as Serras (1901) - Eça de Queirós (1845-1900). Ediouro (R$ 7,80). Principal autor do realismo português, Eça põe em cena a dicotomia entre campo e cidade, ao contar a história de dois amigos, um entusiasta da moderna Paris e outro da vida bucólica em Portugal.
44º - Aquela Confusão Louca da Via Merulana (1957) - Carlo Emilio Gadda (1893-1973). Record (R$ 11,00). Neste romance "policial" sobre um roubo de jóias, ambientado nos primeiros anos do fascismo, o autor italiano radicaliza o uso de jargões, gírias e dialetos.
45º - As Vinhas da Ira (1939) - John Steinbeck (1902-1968). Record (R$ 22,00). Americano, ganhou o Nobel de 1962. Marcada por forte crítica social, obra narra a saga de uma família de camponeses em busca de trabalho na Califórnia.
46º - Auto de Fé (1935) - Elias Canetti (1905-1994). Nova Fronteira (R$ 42,00). Búlgaro de língua alemã, ganhou o Nobel de 1981. Obcecado desde a infância pela idéia de ler e saber tudo, o professor Kien acaba por morrer queimado em um incêndio de seus 100 mil livros.
47º - À Sombra do Vulcão (1947) - Malcolm Lowry (1909-1957). Ed. Siciliano (R$ 27,00). Inglês. Incorporando técnicas da linguagem cinematográfica -como flashbacks e justaposição de imagens e pensamentos-, a obra narra o périplo de um velho cônsul alcoólatra por uma cidadezinha do México.
49º - Macunaíma (1928) - Mário de Andrade (1893-1945). Scipione e Villa Rica . Obra de ficção mais importante do modernismo brasileiro, "Macunaíma", "o herói sem nenhum caráter", sincretiza o que Mário de Andrade considerava as características do povo brasileiro: índio, negro e branco, desleal, ambicioso, coração mole, corajoso, mas preguiçoso.
50º - O Bosque das Ilusões Perdidas (1913) - Alain Fournier (1886-1914). Relógio d'Água (Portugal). A partir da paixão de um estudante por uma aldeã, o autor francês constrói uma fábula poética sobre a passagem da infância à adolescência.
51º - Morte a Crédito (1936) - Louis-Ferdinand Céline (1894-1961). Nova Fronteira . Fugindo da miséria, Ferdinand deixa sua casa e se envolve com um inventor fantástico que criou uma forma de plantio "rádio-telúrico", que provoca a ira dos agricultores do interior da França. A obra radicalizou o experimentalismo linguístico de "Viagem ao Fim da Noite".
52º - O Amante de Lady Chatterley (1928) - D.H. Lawrence (1885-1930). Graal . Proibido na Inglaterra por 32 anos, acusado de obscenidade, o romance narra a paixão avassaladora entre a mulher de um aristocrata inglês e um guarda-caça.
53º - O Século das Luzes (1962) - Alejo Carpentier (1904-1980). Global . Cubano. Publicada a princípio em francês, essa crônica histórica se passa na ilha antilhana de Guadalupe, onde comerciante tenta impor os ideais da Revolução Francesa (1789) em curso na Europa.
54º - Uma Tragédia Americana (1925) - Theodore Dreiser (1871-1945). New America Library ("An American Tragedy", EUA). Escritor americano. Jovem ambicioso e arrivista planeja matar a namorada que pode impedir sua ascensão social. Deixa a idéia de lado, mas a moça acaba morrendo e ele é acusado.
55º - América (1927) - Franz Kafka. Livros do Brasil (Portugal). Obra inacabada de Kafka, publicada três anos após sua morte, conta a história de jovem que é enviado aos EUA pelos pais depois de engravidar uma empregada.
59º - A Vida - Modo de Usar (1978) - Georges Perec (1936-1982). Companhia das Letras . Partindo da idéia do quebra-cabeças, o livro relaciona as vidas e experiências dos moradores de um edifício em Paris. Perec participou do grupo de experimentação literária OuLiPo, de Raymond Queneau.
60º - José e Seus Irmãos (1933-1943) - Thomas Mann. Ed. Nova Fronteira . Tetralogia baseada na narrativa bíblica de Jacó, vendido pelos irmãos aos israelitas: "A História de Jacó", "O Jovem José", "José no Egito" e "José, o Provedor".
61º - Os Thibault (1921-1940) - Roger Martin du Gard (1881-1958). 2 vols. Ed. Globo . Neste ciclo de oito romances, os grandes temas do entre-guerras, como o declínio do espírito religioso e a desilusão com o socialismo, são encenados por meio da trajetória de dois irmãos. Francês, ganhou o Prêmio Nobel em 1937.
62º - Cidades Invisíveis (1972) - Italo Calvino (1923-1985). Companhia das Letras . O viajante veneziano Marco Polo descreve a Kublai Khan, de modo fabular e fantasioso, as incontáveis cidades do império do conquistador mongol.
63º - Paralelo 42 (1930) - John dos Passos (1896-1970). Ed. Rocco . Inaugurando a trilogia "USA", formada ainda por "1919" e "Dinheiro Graúdo", a obra do autor americano descendente de portugueses traça um painel da América nas primeiras décadas do século.
64º - Memórias de Adriano (1951) - Marguerite Yourcenar (1903-1987). Ed. Nova Fronteira . Escritora belga. No século 2º d.C., o imperador romano Adriano, próximo da morte, faz um balanço de sua existência em carta ao jovem Marco Aurélio.
65º - Passagem para a Índia (1924) - E.M. Forster (1879-1970). Publicações Europa-América (Portugal). Inglês. Na Índia sob dominação britânica, um nacionalista hindu é acusado por uma inglesa de praticar atos imorais. É preso e levado a julgamento.
66º - Trópico de Câncer (1934) - Henry Miller. Ibrasa - Instituição Brasileira de Difusão Cultural . De caráter autobiográfico, a obra recria o clima de liberdade e inconformismo de artistas e escritores americanos que viviam em Paris no entre-guerras.
67º - Enquanto Agonizo (1930) - William Faulkner. Ed. Exped . O périplo da família Bundren para enterrar a mãe em Jefferson é um pretexto para virem à tona -na consciência das personagens- as desavenças entre irmãos, pai e tios.
68º - As Asas da Pomba (1902) - Henry James (1843-1916). Ediouro . Rapaz é estimulado pela amante maquiavélica a cortejar uma milionária que está à beira da morte.
69º - O Jovem Törless (1906) - Robert Musil. Ed. Nova Fronteira . Alemão. Descreve a vida de adolescentes em um internato alemão, onde a severidade do sistema educacional conjuga-se à brutalidade do comportamento dos alunos.
70º - A Modificação (1957) - Michel Butor (1926). Minuit ("La Modification", França). Narrado inteiramente na segunda pessoa do plural, o livro conta a história de homem que, em um trem, a caminho de encontrar a amante em Roma, divide-se entre o amor dela e o de sua mulher.
71º - A Colméia (1951) - Camilo José Cela (1916). BCD União de Editoras . Espanhol, ganhou o Nobel de 1989. Diversos personagens e histórias se cruzam neste livro em que a verdadeira personagem é a cidade de Madri (Espanha), logo após a Segunda Guerra.
72º - A Estrada de Flandres (1960) - Claude Simon (1913). Ed. Nova Fronteira . O francês Claude Simon, ligado ao movimento do "roman nouveau" (novo romance), evoca neste livro a derrota da França pelos nazistas em 1940. Ganhou o Prêmio Nobel em 1985.
73º - A Sangue Frio (1966) - Truman Capote (1924-1984). Livros do Brasil (Portugal). Enviado como jornalista para cobrir um crime real, o autor americano criou um novo gênero -o romance-documento-, que insere na ficção a investigação sistemática da reportagem.
74º - A Laranja Mecânica (1962) - Anthony Burgess (1916-1993). Ediouro . Em uma cidade imaginária, o líder de uma gangue de vândalos é preso e submetido a lavagem cerebral para "descriminalizá-lo". Escritor britânico.
75º - O Apanhador no Campo de Centeio (1951) - J.D. Salinger (1919). Editora do Autor . O americano Salinger retrata o vazio da classe média americana e os dilemas típicos da adolescência nos anos 50 a partir da história de um jovem que vaga sem rumo por Nova York.
76º - Cavalaria Vermelha (1926) - Isaac Babel (1894-1941). Ediouro . De grande força épica, o livro narra a vida repleta de massacres e violência dos soldados russos -os cossacos.
77º - Jean Christophe (1904-12) - Romain Rolland (1866-1944). Ed. Globo . Biografia imaginária de um músico alemão que vai viver na França, mas acaba se decepcionando com a frivolidade da cultura do país.
78º - Complexo de Portnoy (1969) - Philip Roth (1933). Editora L&PM . Americano. Conceito da psiquiatria, "Complexo de Portnoy" tem como eixo garoto judeu obcecado pela mãe e em busca de satisfação sexual, o que acaba por aumentar seu complexo de culpa.
79º - Nós (1924) - Evgueni Ivanovitch Zamiatin (1884-1937). Ed. Antígona (Portugal). O escritor russo satiriza o regime comunista soviético por meio de uma cidade imaginária onde não existem nem individualismo nem liberdade.
80º - O Ciúme (1957) - Allain Robbe-Grillet (1922). Ed. Minuit ("La Jalousie", França). Francês. Nesta obra-chave do "nouveau roman", um narrador paranóico investiga a suposta traição da mulher.
81º - O Imoralista (1902) - André Gide (1869-1951). Ed. Gallimard ("L'Imoraliste", França). Escritor francês. Criado na estrita moral puritana, Michel busca a auto-realização, o que resulta no sacrifício daqueles que o cercam, como a sua mulher.
82º - O Mestre e Margarida (1940) - Mikhail Afanasevitch (1891-1940). Ed. Ars Poética . Escritor russo. Voland -a encarnação do diabo- é internado em um manicômio ao desmascarar os abusos e favoritismos da sociedade russa dos anos 20.
83º - O Senhor Presidente (1946) - Miguel Ángel Asturias (1899-1974). Ed. Losada ("El Señor Presidente", Argentina). Ganhador do Nobel de 1967, o guatemalteco se tornou um dos pioneiros do "realismo mágico" com esta obra que satiriza um ditador sul-americano.
84º - O Lobo da Estepe (1927) - Herman Hesse (1877-1962). Ed. Record . Escritor alemão. Solitário e em crise existencial, o escritor Harry Haller acaba por conhecer duas pessoas que vão incitá-lo a aceitar a vida em toda a sua plenitude.
85º - Os Cadernos de Malte Laurids Bridge (1910) - Rainer Maria Rilke (1875-1926). Editora Siciliano . Escritor alemão. Intelectual reflete em seu diário sobre a morte e a busca de Deus enquanto se recupera de uma doença.
86º - Satã em Gorai (1934) - Isaac B. Singer (1904-1991). Ed. Perspectiva . No século 17, em uma aldeia da Polônia assediada por tropas inimigas, um falso messias anuncia a redenção próxima. Polonês de língua inglesa, Singer recebeu o Prêmio Nobel em 1978.
87º - Zazie no Metrô (1959) - Raymond Queneau (1903-1976). Ed. Rocco . Francês, criador nos anos 60 do grupo de experimentação literária OuLiPo. Enquanto o metrô está em greve, Zazie percorre a cidade de Paris, partilhando a experiência de personagens como uma viúva, um taxista e um cabeleireiro.
88º - Revolução dos Bichos (1945) - George Orwell. Editora Globo . Animais de uma fazenda se rebelam contra seus donos e tomam o poder. Ambicionam realizar uma "sociedade" igualitária, mas logo se instala uma ditadura, a dos porcos, que submete os demais bichos como faziam os donos humanos.
89º - O Anão - Pär Lagerkvist. Ed. Farrar, Strauss & Giroux ("Dwarf", EUA). No século 15, em Florença, um anão conta em um diário como foi encarcerado na torre do palácio por Lorenzo de Médici depois de servi-lo por vários anos. O autor sueco ganhou o Nobel em 1951.
90º - A Tigela Dourada (1904) - Henry James. Oxford University Press ("The Golden Bowl", EUA). Dividido em duas partes, o livro é um estudo sobre o adultério a partir da ótica de um aristocrata e de sua mulher.
91º - Santuário - William Faulkner. Editora Minerva (Portugal). Um delinquente mata um de seus comparsas e violenta uma jovem, que ele depois obriga a se prostituir. Perseguido pela polícia, ele é inocentado do crime pela mulher, que acusa a um outro, que acaba linchado. A fraqueza da justiça humana, a crueldade e a impotência são alguns dos temas reunidos por Faulkner neste livro, em que a tragédia grega se intromete no romance policial, na observação de André Malraux.
92º - A Morte de Artemio Cruz (1962) - Carlos Fuentes (1928). Ed. Rocco . Escritor mexicano. Inválido e à beira da morte, o rico e poderoso Artemio Cruz relembra o seu passado revolucionário.
93º - Don Segundo Sombra (1926) - Ricardo Güiraldes (1886-1927). Ed. Scipione . De dimensões míticas, obra narra a formação de um jovem por um dos últimos "gauchos" dos pampas argentinos. Obra de forte caráter nacionalista.
94º - A Invenção de Morel (1940) - Adolfo Bioy Casares (1914). Ed. Rocco . Neste clássico da literatura fantástica, o autor argentino cria a história de um homem em fuga da Justiça que chega a uma ilha deserta, onde pouco a pouco realidade e imaginário começam a se misturar.
95º - Absalão, Absalão (1936) - William Faulkner. Editores Reunidos (Portugal). O passado mítico e trágico de Thomas Sutpen, que impôs a destruição à velha aristocracia de uma cidade, é narrado a partir de três pontos de vista diferentes, que se contradizem, se anulam ou se confirmam. O drama familiar, o conflito racial e a decadência sulina expandem-se em um quadro histórico dos maiores construídos por Faulkner.
96º - Fogo Pálido (1962) - Vladimir Nabokov (1899-1977). Ed. Teorema (Portugal). Escritor russo-americano. Após apresentar ao leitor um poema recém-descoberto -"Fogo Pálido"-, o narrador analisa sua estrutura e investiga as motivações que levaram o autor -já morto- a escrevê-lo.
97º - Herzog (1964) - Saul Bellow (1915). Ed. Relógio d'Àgua (Portugal). Em crise existencial, intelectual passa a enviar cartas a figuras fictícias, como filósofos, políticos, além de Deus e a si mesmo. Americano, ganhou o Nobel em 1976.
98º - Memorial do Convento (1982) - José Saramago (1922). Bertrand . Autor português, ganhou o Nobel em 1998. Durante construção de convento em Portugal no século 18, padre idealiza realizar um engenho voador, a "passarola", o que desagrada a Inquisição.
99º - Judeus sem Dinheiro (1930) - Michael Gold (1893-1967). Editorial Caminho (Portugal). Membro do Partido Comunista, o escritor americano traça um painel do bairro do Lower East Side, em Nova York, durante as primeiras décadas do século, quando começavam a chegar as primeiras levas de imigrantes judeus.
100º - Os Cus de Judas (1980) - Antonio Lobo Antunes (1942). Ed. Marco Zero . Escritor português. A obra trata de forma sarcástica e irreverente a ditadura salazarista dos anos 70 e as guerras pela libertação das colônias portuguesas na África.

sexta-feira, novembro 17, 2006

Re-leituras

“...Como todos os homens da Biblioteca, viajei na minha juventude; peregrinei em busca de um livro, talvez o catálogo de catálogos; agora que meus olhos quase não podem decifrar o que escrevo, preparo-me para morrer, a poucas léguas do hexágono em que nasci. Morto, mãos piedosas não faltarão que me tirem pela varanda a fora; minha sepultura será o ar insondável: meu corpo se fundirá dilatadamente e se corromperá e dissolverá no vento originado pela queda, que é infinita. Afirmo que a Biblioteca é interminável. Os idealistas argúem que as salas hexagonais são uma forma necessária do espaço absoluto ou, pelo menos, de nossa intuição do espaço. Alegam que é inconcebível uma sala triangular ou pentagonal. (Os místicos pretendem que o êxtase lhes revele uma câmara circular com um grande livro circular de lombada contínua, que segue toda volta das paredes; mas seu testemunho é suspeito; suas palavras, obscuras. Esse livro cíclico é Deus.) Para mim é suficiente, por ora, repetir o ditame clássico: A Biblioteca é uma esfera cujo centro cabal é qualquer hexágono, cuja circunferência é inacessível.
A cada um dos muros de cada hexágono correspondem cinco prateleiras; cada prateleira encerra trinta e dois livros de formato uniforme; cada livro é de quatrocentas e dez páginas; cada página, de quarenta linhas; cada linha, de umas oitenta letras de cor preta. Também há letras no dorso de cada livro; essas letras não indicam ou prefiguram o que dirão as páginas. Sei que essa inconexão, alguma vez, pareceu misteriosa. Antes de resumir a solução (cuja descoberta, apesar de suas trágicas projeções, é talvez o fato capital da história) quero rememorar alguns axiomas.
O primeiro: A Biblioteca existe ab aeterno. Dessa verdade cujo corolário imediato é a eternidade futura do mundo, nenhuma mente razoável pode duvidar. O homem, o bibliotecário imperfeito, pode ser obra da sorte ou dos demiurgos malévolos, o universo, com sua elegante dotação de prateleiras, de tomos enigmáticos, de escadas infatigáveis para o viajante e de latrinas para o bibliotecário sentado, somente pode ser criação de um deus. Para perceber a distância que há entre o divino e o humano, basta comparar estes rudes símbolos trêmulos que minha mão falível garatuja na capa de um livro, com as letras orgânicas do interior: pontuais, delicadas, negríssimas, inimitavelmente simétricas.
O segundo: O número de símbolos ortográficos é vinte e cinco. Essa comprovação permitiu, depois de trezentos anos, formular uma teoria geral da Biblioteca e resolver satisfatoriamente o problema que nenhuma conjetura desvendara: a natureza informe e caótica de quase todos os livros. Um, que meu pai viu no hexágono do circuito quinze noventa e quatro, constava das letras M C V malevolamente repetidas da primeira linha te a última. Outro (muito consultado nesta zona) é um simples labirinto de letras, mas a penúltima página diz Ó tempo tuas pirâmides. Já se sabe: por uma linha razoável ou uma notícia justa, há léguas de cacofonias insensatas, de confusões verbais e de incoerências. (Sei de uma região agreste cujos bibliotecários repudiam o costume supersticioso e vão de procurar sentido nos livros e o equiparam ao de procura-los nos sonhos ou nas linhas caóticas da mão... Admitem que os inventores da escrita imitaram os vinte e cinco símbolos naturais, mas sustentam que essa aplicação é casual, e que os livros em si nada significam.
Esse ditame, já veremos, não é completamente falso.)..."

Da obra Ficções, conto:A Biblioteca de Babel, pg.74

Jorge Luis Borges (1899-1986) : o - ) escritor, poeta e ensaísta argentino mundialmente conhecido por seus contos.

O livro é uma extensão da memória e da imaginação ........ a leitura é uma forma de felicidade"
Borges : - ) O Livro

Dica de estudo: como ler sem esquecer

Primeira vista, muitas podem parecer óbvias. Mas não as subestime. Não é sempre que a gente enxerga o óbvio
> : 0 )

1. Não leia cansado nem ansioso. Se for o caso, faça exercícios de respiração antes de começar a leitura. O estresse é o inimigo número um da concentração e, em conseqüência, da memorização.

2. Tenha vontade de aprender o que será lido.

3. Se não tiver vontade de antemão, procure criar interesse pelo assunto. A curiosidade é a mola da humanidade.

4. Sublinhe as palavras mais importantes e as frases que expressem melhor a idéia central.

5. Analise as informações e crie relação entre elas, seja nas linhas de cima ou com tudo o que você aprendeu na vida, trazendo-as para o seu mundo. A associação de idéias é fundamental.

6. Leve sempre em conta coisas como grau de dificuldade do texto (ler um gibi não é o mesmo que ler sobre filosofia), o objetivo (só querer agradar o chefe, e mais nada, não é o melhor caminho para gravar uma informação) e necessidade (querer ler é bem diferente de depender disso).

7. Faça perguntas ao texto e busque respostas nele.

8. Repita sempre, desde ler de novo até contar para alguém o que você leu.

9. Faça uma síntese mental. Organizar bem as idéias já é meio caminho andado.

10. A memória prefere imagens a palavras ou sons. Por isso, tente criar uma história com aquilo que está lendo, com cenas coloridas e movimentadas."
>:-0)

Esqueci de acrescentar < : - 0

"Tenha sempre em mãos um bom dicionário do tipo Houaiss, e um pequeno de bolso...e se puder de outras línguas também!"


(Você S.A. São Paulo: Abril, Ano 1, nº 2, agosto/98)

-Bibliotecas escolares carecem de formação de leitores

"Um livro e como uma janela. Quem não o lê, é como alguém que ficou distante da janela e só pode ver uma pequena parte da paisagem."


(Kahlil Gibran)

As bibliotecas instaladas em escolas públicas do ensino fundamental no Brasil não estão associadas a projetos de formação de leitores. Os professores não têm intimidade com os acervos. E ainda persiste a cultura do armário. Ou seja, a de deixar os livros trancados. Esses são alguns dos resultados da pesquisa avaliativa sobre leitura nas escolas públicas realizada pela Associação Latino-Americana de Pesquisas e Ações Sociais, ligada à Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
A pesquisa, encomendada pelo Ministério da Educação, avaliou a utilização dos acervos do Programa Nacional Biblioteca na Escola (PNBE) relativos a 2001, 2002 e 2003. Foi realizada em 196 escolas públicas de ensino fundamental de 19 cidades do Pará, Bahia, Sergipe, Ceará, Goiás, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Espírito Santo. O trabalho de campo foi feito no fim do ano passado. O resultado, concluído este ano, foi apresentado aos secretários municipais e estaduais de Educação na sexta-feira, dia 10, no seminário nacional Currículo em Debate, em Brasília.
De acordo com Jane Cristina da Silva, coordenadora-geral de estudos e avaliação de materiais do MEC, a pesquisa rompe mitos de leitura. Independentemente da carência das escolas, constatou-se que as instituições de ensino são guardiãs da leitura. “Em espaços carentes e condições adversas, há práticas vitalizadoras da leitura”, disse. Segundo Jane, a reação dos alunos é positiva quanto à chegada dos livros do PNBE. Ela constata, contudo, que os professores não têm intimidade com os acervos do programa. “Muitas vezes, são profissionais não-leitores responsáveis por alunos leitores”, afirmou.
Outros problemas apontado pela pesquisa são a inexistência quase total, nas escolas públicas, de bibliotecários com formação e a ausência de concursos para esse cargo. Por fim, a pesquisa constatou que há necessidade de formação específica de profissionais nas escolas para utilização dos acervos e de políticas públicas de leitura e de formação de leitores nas escolas.
“O sentido de leitura ainda é para fazer prova”, afirmou Jane. Ela destaca que a leitura precisa ultrapassar o limite da disciplina de português e envolver as demais disciplinas e áreas da escola. “Falta mediação. A diferença entre a entrega da merenda escolar e do livro escolar é que o segundo programa precisa de mediação constante”, disse.
Pacto
O MEC pretende firmar um pacto com os secretários municipais e estaduais de Educação para incentivar a leitura nas escolas. A idéia não é só distribuir livros didáticos e paradidáticos, mas fomentar a leitura e acompanhar essa política de perto.
A implantação de centros de leitura em 30 escolas públicas; a publicação da revista LeituraS e a entrega de um kit de documentos sobre a política de formação de leitores são algumas das iniciativas práticas previstas para o início de 2007.
PNBE
O programa consiste na aquisição e na distribuição de obras de literatura brasileira e estrangeira, infanto-juvenis, de pesquisa e de referência, além de outros materiais de apoio a professores e alunos, como atlas, globos e mapas.
Começou a ser implementado em 1997 e a distribuir livros em 1999. Naquele ano, foram entregues 20 mil acervos de literatura às escolas públicas. Em 2005 e 2006, os estabelecimentos de ensino receberam 5.575.160 acervos. Outros dados do programa estão na página eletrônica do programa.

Texto retirado do site da Camara brasileira do Livro-CBL
em 11-03-2006

quinta-feira, novembro 16, 2006

Desvenda-me



Não venha me falar de razão, não me cobre lógica Não me peça coerência,
Eu sou pura emoção,
Tenho razões e motivações próprias,
Sou movido por paixão,
Essa é minha religião e minha ciência.
Não meça meus sentimentos, nem tente compará-los a nada,
Deles sei eu,
Eu e meus fantasmas, eu e meus medos,
Eu e minha alma.
Sua incerteza me fere,
Mas não me mata.
Suas dúvidas me açoitam,
Mas não deixam cicatrizes.
Não me fale de nuvens,
Eu sou Sol e Lua, não conte as poças,
Eu sou mar,
Profundo, intenso, passional.
Não exija prazos e datas.
Eu sou eterno e atemporal.
Não imponha condições,
Eu sou absolutamente incondicional.
Não espere explicações,
Não as tenho, apenas aconteço,
Sem hora, local ou ordem.
Vivo em cada molécula,
Sou o todo e sou uno,
Você não me vê,
Mas me sente,
Estou tanto na sua solidão,
Quanto no meu sorriso.
Vive-se por mim,
Morre-se por mim,
Sobrevive-se sem mim,
Eu sou o começo e fim,
E todo o meio.
Sou seu objetivo,
Sua razão que a razão ignora e desconhece,
Tenho milhões de definições,
Todas certas,
Todas imperfeitas,
Todas lógicas apenas em motivações pessoais,
Todas corretas, todas erradas,
Sou tudo,
Sem mim, tudo é nada.
Sou amanhecer,
Sou Fênix,
Renasço das cinzas,
Sei quando tenho que morrer,
Sei que sempre irei renascer,
Mudo protagonista, nunca a história.
Mudo de cenário, mas não de roteiro.
Sou música, ecôo, reverbero, sacudo.
Sou fogo, queimo, destruo, incinero.
Sou água, afogo, inundo, invado.
Sou tempo, sem medidas, sem marcações.
Sou clima, proporcional a minha fase.
Sou vento, arrasto, balanço, carrego.
Sou furacão, destruo, devasto, arraso.
Mas sou tijolo, construo, recomeço ...
Sou cada estação, no seu apogeu e glória.
Sou seu problema e sua solução.
Sou seu veneno e seu antídoto
Sou sua memória e seu esquecimento.
Eu sou seu reino, seu altar e seu trono.
Sou sua prisão,
Sou seu abandono e sou sua liberdade.
Sua luz, sua escuridão e seu desejo de ambas,
Velo seu sono ...
Poderia continuar me descrevendo
Mas já te dei uma idéia do que sou,
Muito prazer, tenho vários nomes, mas aqui, na sua terra,
Chamam-me de "AMOR"

Lenya Terra

:-)
Pintura de Sandro Botticelli
(O nascimento de Vênus-1483)
Galleria degli Uffizi, em Florença-Itália