domingo, julho 25, 2010

José Saramago




uma pequena homenagem a um grande escritor


"...Penso e escrevo como as flores tem cor
Mas com menos perfeição no meu modo de
exprimir-me
Porque me falta a simplicidade divina
De ser todo só o meu exterior
...E a minha poesia é natural como
levantar-se vento..."

                                         Alberto Caeiro

sábado, julho 03, 2010

“... e ficou a observar-se atentamente, como um aprendiz de químico que misturou um ácido e uma base e agita o tubo de ensaio, não viu muito, é sempre assim se a imaginação não ajudar, o sal que daquilo resultou, já era esperado, tantos são os milênios que andamos misto de misturar sentimentos, ácidos e bases, homens e mulheres. Lembrou-se do alvoroço adolescente com que a olhara pela primeira vez, então a si mesmo insinuou que o moviam simpatia e compaixão por aquela pungente enfermidade, a mãozinha caída, o rosto pálido e triste, e depois aconteceu aquele longo diálogo diante do espelho, árvore do conhecimento do bem e do mal, não tem nada que aprender basta olhar, que palavras extraordinárias teriam trocado de seus reflexos, não pôde captá-las o ouvido, só repetida a imagem, repetido o mexer dos lábios, contudo talvez no espelho, talvez no espelho se tenha falado uma língua diferente, talvez outras palavras se tenham dito naquele cristalino lugar , então outros foram os sentidos expressos, parecendo que, como sombra, os gestos se repetiam, outro foi o discurso, perdido na inacessível dimensão, perdido também, afinal, o que deste lado se disse, apenas conservados na lembrança alguns fragmentos, não iguais, não complementares, não capazes de reconstituir o discurso inteiro, o deste lado insista-se, por isso os sentimentos de ontem não se repetem nos sentimentos de hoje, ficaram pelo caminho, irrecuperáveis, pedaços do espelho partido, a memória. Enquanto desce a escada para o primeiro andar, tremem um pouco as pernas a Ricardo Reis, nem admira, a gripe costuma deixar as pessoas assim, muito ignorantes da matéria seriamos se cuidássemos que esse tremor é efeito dos pensamentos, ainda menos daqueles que laboriosamente aí ficam ligados, não é coisa fácil pensar quando se desce uma escada, qualquer de nós pode fazer a experiência, atenção ao quarto degrau. ”


O Ano da Morte de Ricardo Reis - pg.175

'O Mestre'

José de Sousa Saramago (Azinhaga, Golegã, 16 de Novembro de 1922 — Tías, Lanzarote, 18 de Junho de 2010) foi um escritor, argumentista, jornalista, dramaturgo, contista, romancista e poeta português.









sexta-feira, julho 02, 2010

A cor do paraíso


                                                                              um filme belíssimo...


sábado, maio 01, 2010

sábado, abril 24, 2010


                                                                                                                                               image from

quarta-feira, abril 21, 2010

sustentabilidade

Sustentabilidade é um conceito sistêmico, relacionado com a continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana.
Propõe-se a ser um meio de configurar a civilização e atividade humanas, de tal forma que a sociedade, os seus membros e as suas economias possam preencher as suas necessidades e expressar o seu maior potencial no presente, e ao mesmo tempo preservar a biodiversidade e os ecossistemas naturais, planejando e agindo de forma a atingir pró-eficiência na manutenção indefinida desses ideais.

A sustentabilidade abrange vários níveis de organização, desde a vizinhança local até o planeta inteiro.
Para um empreendimento humano ser sustentável, tem de ter em vista 4 requisitos básicos. Esse empreendimento tem de ser:
- ecologicamente correcto;
- economicamente viável;
- socialmente justo; e
- culturalmente aceito.

saiba mais aqui:

sábado, março 27, 2010

passerà


la canzione non se scrivono
Mas nascono da sé
Son le coze che succedono
Ogni giorno in torno a noi
Le canzione basta  coglierle
Ce n'é una anche per te
Che fai piú fatica a vivere
E non sorridi mai
Le canzione sono zingare
e rubano poesie
Sono ingani come pilole
Della felicità
Le canzone Nom guariscono
Amore e mallatie
Ma quel piccole dolore
Cue l'esestere ci dà
Passerá, passerá
Se um ragazzo e una chittara sono li,
Come te, in  cittá
Passe´ra, passerá
A guardade questa  vita  che non va
Che ci amassa d'illisioni
E con l'etá delle canzoni
Passerá, su di noi
Finiremo tuti in banca prima o poi
Coi perchè, ia chissà
E le angoscie di una rica povertà
A parlare degli amori che non hai
A cantare una canzione che non sai come fa
Perchè l'hai perduta dentro
E ti ricordi solamente
Passerá
In un mondo di automobile
E di gran velocità
E per chi arriva sempre ultimo
E per chi dice  addio
 Perchi sbatte negli ostacoli
Della diversità
Le canzoli sono lucciole
Che cantano nel buio
Passerá primo poi
Questo piccolo dolore che c'é in te
Che c'é in me, che c'é in noi
E ci fa sentire como marinae
In balia del vento e della nostalgia
A cantare una canzione che non sai
Come fa
Ma quel piccolo dolore che sia odio, o che sia amore
Passerà
Passerá, passerà
Anche se farai
Soltanto la la la
Passerà, passerà
E a qualcosa una canzone servirà
Se il tuo piccolo dolore
Che sia odio, o che sia amore
Passerà...

Passerà
Renato Manfredini Jr (Renato Russo)
27/03/60-11/10/96












terça-feira, março 23, 2010

segunda-feira, março 22, 2010

Água - fonte de vida



Água esperança

Água que mata a sede

Água que molha a planta.


Água que brota da terra

Água que sai do chão

Água que molha o trigo

Trigo que faz o pão.

 
Água que sangra das pedras

Água que vem da natureza

Água que nos dá alegria

Água que revigora a beleza.


Água que rola da serra

Água que jorra do chão

Água que enche rios

Água que transborda ribeirões
 
 
Água que enche lagos

Água que enche lagoas

Água que corre para o mar

Água que corre á toa.


Água que move moinhos

Água que faz girar

Água que não descansa

Água que faz navegar.



Água nossa de cada dia

Água que nos dá energia

Água que nos dá calor

Água que nos procria.



Água de cada dia

Água da nascente

Água que cria a gente

Água que nos faz respirar



Água que sai da terra

Água que sai do ventre das matas

Que cai das cascatas.


Água fonte de vida

Água que brota dos córregos

Água que jamais voltará

Água nossa de cada dia
 
 
poema de Maria da Conceição do Amparo- Ipiaú BA
 
http://www.pucrs.br/mj/poema-natureza-97.php
 

sexta-feira, março 12, 2010

12 de março Dia do Bibliotecário


Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.


Cora Coralina

domingo, fevereiro 28, 2010

"caso de amor com os livros"
j.mindlin

sábado, fevereiro 27, 2010

quarta-feira, janeiro 27, 2010

I have a dream



I have a dream
I song to sing
To help me cope
with anithing
If you see to wonder
of a fairy tale
You can take the future
even if you fail
I believe in angels
something good in
everthing I see
I believe in angels
When I know the time
is right for me
I'll you cross the stream
I have a dream


I have a dream
a fantasy
to help me trought
reality
and my destination
make it worth the wile
pushing throught the darkness
still another mile
I believe in angels
something good in
everthing I see
I believe in angels
when I know the time
Is right for me
I'll cross the stream
I have a dream


song writers ABBA

sexta-feira, janeiro 22, 2010

Pense no Haiti


                                                
Quando você for convidado pra subir no adro
Da fundação casa de Jorge Amado
Pra ver do alto a fila de soldados, quase todos pretos
Dando porrada na nuca de malandros pretos
De ladrões mulatos e outros quase brancos
Tratados como pretos
Só pra mostrar aos outros quase pretos
(E são quase todos pretos)
E aos quase brancos pobres como pretos
Como é que pretos, pobres e mulatos
E quase brancos quase pretos de tão pobres são tratados
E não importa se os olhos do mundo inteiro
Possam estar por um momento voltados para o largo
Onde os escravos eram castigados
E hoje um batuque um batuque
Com a pureza de meninos uniformizados de escola secundária
Em dia de parada
E a grandeza épica de um povo em formação
Nos atrai, nos deslumbra e estimula
Não importa nada:
Nem o traço do sobrado
Nem a lente do fantástico,
Nem o disco de Paul Simon
Ninguém, ninguém é cidadão
Se você for a festa do pelô, e se você não for
Pense no Haiti, reze pelo Haiti
O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui
E na TV se você vir um deputado em pânico mal dissimulado
Diante de qualquer, mas qualquer mesmo, qualquer, qualquer
Plano de educação que pareça fácil
Que pareça fácil e rápido
E vá representar uma ameaça de democratização
Do ensino do primeiro grau
E se esse mesmo deputado defender a adoção da pena capital
E o venerável cardeal disser que vê tanto espírito no feto
E nenhum no marginal
E se, ao furar o sinal, o velho sinal vermelho habitual
Notar um homem mijando na esquina da rua sobre um saco
Brilhante de lixo do Leblon
E quando ouvir o silêncio sorridente de São Paulo
Diante da chacina
111 presos indefesos, mas presos são quase todos pretos
Ou quase pretos, ou quase brancos quase pretos de tão pobres
E pobres são como podres e todos sabem como se tratam os pretos
E quando você for dar uma volta no Caribe
E quando for trepar sem camisinha
E apresentar sua participação inteligente no bloqueio a Cuba
Pense no Haiti, reze pelo Haiti
O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui
                                           
Picture taken from UNICEF web site
Composição: Caetano Veloso e Gilberto Gil

terça-feira, janeiro 05, 2010

6 de janeiro festa de Folia de Reis



A Folia de Reis é uma festa religiosa de origem portuguesa, que chegou ao Brasil no século XVIII. Em Portugal, em meados do século XVII, tinha a principal finalidade de divertir o povo, enquanto aqui no Brasil, passou a ter um caráter mais religioso do que de diversão.
No período de 24 de dezembro, véspera de Natal, a 6 de janeiro, Dia de Reis, um grupo de cantadores e instrumentistas percorre a cidade entoando versos relativos à visita dos Reis Magos ao Menino Jesus. Passam de porta em porta em busca de oferendas, que podem variar de um prato de comida a uma simples xícara de café.
A Folia de Reis, herdada dos colonizadores portugueses e desenvolvida aqui com características próprias, é manifestação de rara beleza. Os reciosos versos são preservados de geração em geração por tradição oral.
Os instrumentos utilizados são: viola, violão, sanfona, reco-reco, chocalho, cavaquinho, triângulo, pandeiro e outros instrumentos.
Os personagens somam doze pessoas e todos os integrantes do grupo trajam roupas bastante coloridas, sendo eles: Mestre, Contra-Mestre, os Três Reis Magos, Palhaço e Foliões.
1.O Mestre e Contra-mestre: donos de conhecimentos sobre a manifestação, são aqueles que comandam os foliões.
2.O Palhaço: com seu jeito cínico e dissimulado, deve proteger o Menino Jesus, confundindo os soldados de Herodes. O seu jeito alegre e suas vestimentas coloridas são responsáveis pela distração e divertimento de quem assiste à apresentação. Representando o Mal, usa geralmente máscara confeccionada com pele de animal e vai sempre afastado um pouco da formação normal da Folia, nunca se adiantando à "bandeira". Apesar de seu simbolismo, é personagem alegre, que dança e improvisa versos, criando momentos de grande descontração.
3. Os Foliões: grupo composto de homens simples, geralmente de origem rural; são os participantes da festa que dão exemplo grandioso através de sua cantoria de fé.
4. Os Reis Magos: os Três Reis Magos fazem a viagem da Esperança, certos de encontrarem sua estrela.
Até há pouco, podia-se ouvir ao longe ou, com sorte, encontrar, vindo de bairro distante, um grupo especial de músicos e cantadores, trajando fardamento colorido, entoando versos que anunciam o nascimento do Menino Jesus e homenageiam os Reis Magos. Trata-se, naturalmente, da Folia de Reis que, no período de 24 de dezembro a 6 de janeiro, Dia de Reis, peregrina por ruas à procura de acolhida ou em direção a algum presépio.
Com sanfona, reco-reco, caixa, pandeiro, chocalho, violão e outros instrumentos, seguem os foliões pela noite adentro em longas caminhadas, levando a "bandeira" (estandarte de madeira ornado com motivos religiosos), a qual tributam especial respeito. Vão liderados por mestre e contra-mestre, figuras de relevância dentro da Folia por conhecerem os versos - são os puxadores do canto.

"Era meia-noite em ponto
Bateu asa e cantou o galo
Bateu asa e cantou o galo..."

"Que Jesus dê vida e saúde
Só voltamos para o ano
Só voltamos para o ano..."

Os foliões cumprem promessa de, por sete anos consecutivos, saírem com a Folia e arrecadar em suas andanças donativos para realizarem anualmente, no dia 20 de janeiro, Dia de São Sebastião, festa com cantorias e ladainhas.Durante a caminhada, é carregada a "bandeira" do grupo, um estandarte de madeira enfeitado com motivos religiosos.
O ponto alto da festa se dá quando dois grupos se encontram.
Juntos, eles caminham em direção ao presépio da festa, o ponto final da caminhada.

"Ó di casa, ó di fora
Qui hora tão excelente
É o glorioso santo Reis
Qui é vem do Oriente

Ó de casa, ó de casa
Alegra esse moradô
Que o glorioso santo Reis
Na sua porta chegô

Aqui está santo Reis
Meia-noite foras dóra
Procurou vossa morada
Pedino sua ismola
Santo Reis e Nossa Senhora
Foi passeá em Belém
São José pediu ismola

Santo Reis pede também
 ismola que vóis dá
Nois viemo arrecebê
O glorioso santo Reis
É quem vai agradecê

Santo Reis pede ismola
Não é ouro nem dinhêro
Ele pede um agitoru
Um alimento pros festero

Sôr dono da casa
Vem abri as portaria
Recebê santo Reis
Com sua nobre folia

Sôr dono da casa
Alevanta e cende a luz
Vem a ver santo Reis
O retrato de Jesus

Paremo na sua porta
Com oro na balança
Aqui tamo a sua espera
Da sua determinança

Deus te sarve casa nobre
Nos seus posto tão honrado
Ande mora gente nobre
Que de Deus é visitado

Deus o sarve a luz do dia
Deus o sarve a claridade
Deus o sarve as três pessoa
Da Santíssima Trindade
Deus o sarve as três pessoa

Com a sua santidade
É três pessoa divina
Aonde nasce a divindade
O sinal da Santa Cruz
É principo de oração

 É o principo desse canto
Desta rica invocação
Deus te sarve oratóro
É coluna que Deus fez
Hoje tá visitado

Do gloriosoSanto Reis
Deus te sarve oratóro
Cum todo seus ornamento
Deus te sarve as estampinha
E as image qu’estão dentro

Deus te sarve as image
As pequena e as maió
Numa rica divindade
Sincerra em uma só

Sôr dono da casa
Alegra seu coração
Arreceba santo Reis
Com todo seus folião

Santo Reis desceu do céu
Cortano vento nas asa
Vei pedi um agasaio
Para o dono desta casa

Santo Reis e vem girano
Cançadim do trabaio
Procurô vossa morada
Pra pedi um agasaio
Santo Reis veio voano
Nos are fez um remanso
Procurô sua morada
Pra fazê o seu descanso

Sôr dono da casa
Muito alegre deve está
Do glorioso santo Reis

Hoje vei lhe avisitá
Concluímo este canto
Fazeno o siná da cruz
Pade, Fio, Esprito Santo

Para sempre, amém Jesus".
"Santos Reis vai despedindo
Deixando muita saudade.
Vai deixando muita benção
Pro povo desta cidade."

O restante desse texto você encontra no delicioso blog da Prof. Silvana Nunes:
"Foi desse jeito que eu ouvi dizer..."   tem  receitinha de bolo, simpatia com a exótica frutinha romã, além de outras curiosidades que fazem parte dessa bonita festa brasileira!
vale a pena visitar!
                                                                                                                   http://silnunesprof.blogspot.com/