quinta-feira, setembro 06, 2007

sabedoria oriental


Mizaru Kikarazu e Iwazaru
Seus nomes são 'kikazaru' (o que tapa os ouvidos), 'mizaru' (o que cobre os olhos), e 'iwazaru' (o que tapa a boca), que é traduzido como 'não ouça o mal', 'não veja o mal' e 'não fale o mal'. Sua origem é baseada em um trocadilho japonês pois, a palavra 'saru', em japonês, significa 'macaco' e tem o mesmo som da terminação verbal 'zaru'.

KIKAZARU
MIZARU
IWAZARU
SARU

O som das palavras é semelhante e faz referência a um provérbio japonês (kotowaza) que descreve a atitude de alguém que não deseja se envolver em complicações.No Japão, numa cidade chamada Nikko, existem muitos santuários (a cidade é conhecida por isso, inclusive) e, no Santuário Toshogu há imponentes portais e belas construções. Lá, estão os três macaquinhos em madeira. Eles ilustram a porta do Estábulo Sagrado, um templo do século 17.
O folclore japonês diz que, no Século VIII D.C. , um monge budista da China introduziu os três sábios macaquinhos no Japão.
Acredita-se que as poses dos macaquinhos eram a representação de um comando de uma divindade (Vajra) para 'ver nenhum mal, ouvir nenhum mal, falar nenhum mal.'
" Essas informações, porém, não podem ser confirmadas" segundo o professor Dr. Ricardo Mário Gonçalves, da cadeira de História do Oriente da USP.
Fontes: Portal das curiosidades/ Nippo Brasil

quarta-feira, setembro 05, 2007

Poesia Matemática


Às folhas tantas do livro matemático
um Quociente apaixonou-se
um dia doidamente
por uma Incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerávele viu-a do ápice à base
uma figura ímpar;
olhos rombóides, boca trapezóide, corpo retangular, seios esferóides.
Fez de sua uma vida paralela à dela
até que se encontraram no infinito.
"Quem és tu?", indagou ele
em ânsia radical.
"Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas pode me chamar de Hipotenusa.
"E de falarem descobriram que eram
(o que em aritmética correspondea almas irmãs)
primos entre si.
E assim se amaram
ao quadrado da velocidade da luz
numa sexta potenciação traçando ao sabor do momento
e da paixão
retas, curvas, círculos e linhas sinoidais
nos jardins da quarta dimensão.
Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidiana
e os exegetas do Universo Finito.
Romperam convenções newtonianas e pitagóricas.
E enfim resolveram se casar
constituir um lar, mais que um lar, um perpendicular.
Convidaram para padrinhoso Poliedro e a Bissetriz.
E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro
sonhando com uma felicidade integral e diferencial.
E se casaram e tiveram uma secante e três cones
muito engraçadinhos.
E foram felizes até aquele dia em que tudo vira afinal
monotonia.
Foi então que surgiu O Máximo Divisor Comum
freqüentador de círculos concêntricos,viciosos.
Ofereceu-lhe, a ela,uma grandeza absoluta
e reduziu-a a um denominador comum.
Ele, Quociente, percebeu
que com ela não formava mais um todo,
uma unidade. Era o triângulo, tanto chamado amoroso.
Desse problema ela era uma fração, a mais ordinária.
Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade
e tudo que era espúrio passou a ser moralidade
como aliás em qualquer sociedade.
do livro: Trinta Anos de Mim Mesmo - Millôr Fernandes