sábado, novembro 25, 2006

Tropical Storm

When the wind blows down this hard,
Many a bond is broken.
See the water lie on the ground
From where the heavens opened.
Lord, how will you get through this nigh
tWith your dreams departed?
And who alone will comfort you?
Only the broken hearted.
So you’ve gone beyond your means,
Every wound is open,
Your best laid plans are out of reach,
And all your fears unspoken.

Sweet revenge is spoken then
;In the twilight it is gone.
To living lies with no escape,
Lord, I would rather be alone.
I press my fingers to the wood
To tell you of my dreaming,
To sing you songs from olden times,
To keep the love light gleaming.
’cause there’s a place where we can go,
Where we will not be parted.
And who alone will enter there?
Only the broken hearted.
Only the broken, broken hearted.



Broken Hearted
Mr. Eric Clapton
Ele já foi chamado de tudo. "Melhor guitarrista de todos os tempos", "o melhor bluesman da história" e até de "Deus". Exageros de fãs à parte, sua carreira é de fato extraordinária, tanto pelo quanto produziu quanto pela qualidade do que produziu. Com um talento inquestionável, Clapton foi, é, e sempre será influência obrigatória para os grandes músicos, em especial os guitarristas. Referência para instrumentistas de peso como Eddie Van Halen, Clapton tocou com os maiores nomes do blues e do rock'n'roll, participou dos maiores e mais renomados festivais de música e entalhou seu nome entre os melhores do mundo.

sexta-feira, novembro 24, 2006

Você sabia...

"Que moramos a um ano-luz daqui!"

Hell Freezes over

On a dark desert highway, cool wind in my hair
Warm smell of colitas rising up through the air
Up ahead in the distance,
I saw a shimmering light
My head grew heavy and my sight grew dim
I had to stop for the night
There she stood in the doorway;
I heard the mission bell
And I was thinking to myself this could be heaven or this could be hell
Then she lit up a candle, and she showed me the way
There were voices down the corridor, I thought I heard them say
Welcome to the Hotel California
Such a lovely place, such a lovely face
Plenty of room at the Hotel California
Any time of year (any time of year) you can find it here
Her mind is Tiffany twisted, she got the Mercedes bends
She got a lot of pretty, pretty boys that she calls friends
How they dance in the courtyard, sweet summer sweat
Some dance to remember, some dance to forget
So I called up the captain; please bring me my wine
We haven't had that spirit here since nineteen sixty-nine
And still those voices are calling from far away
Wake you up in the middle of the night, just to hear them say
Welcome to the Hotel California
Such a lovely place, such a lovely face
They livin' it up at the Hotel California
What a nice surprise (what a nice surprise) bring your alibis
Mirrors on the ceiling, the pink champagne on ice
And she said we are all just prisoners here of our own device
And in the master's chambers, they gathered for the feast
They stab it with their steely
knives but they just can't kill the beast
Last thing I remember I was running for the door
I had to find the passage back to the place I was before
Relax said the nightman
We are programmed to receive
You can check out anytime you like but you can never leave

Hotel California
Eagles

Blues Boy King


Lenda do blues B. B. King volta ao Brasil

Mafalda M.

A língua das Mariposas


Filme: A língua das Mariposas

Para quem acredita na vida e na educação.



>:-)

Eu e você e todos nós





Filme: Eu, você e todos nós

Uma poética e penetrante observação de como as pessoas tentam se conectar umas às outras em um mundo contemporâneo e distanciado.

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quinta-feira, novembro 23, 2006

Cântico negro

"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí!
Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!


José Régio (1901-1969)
Escritor português, professor, poeta, dramaturgo, ensaísta.

Graciliano Ramos (aqui)


"....Certa vez minha mãe surrou-me com uma corda nodosa que me pintou as costas de manchas sangrentas. Moído, virando a cabeça com dificuldades, eu distinguia nas costelas grandes lanhos vermelhos. Deitaram-me, enrolaram-me em panos molhados com água e sal – e houve uma discussão na família. Minha avó, que nos visitava, condenou o procedimento da filha e esta afligiu-se. Irritada, ferira-me à toa, sem querer. Não guardei ódio a minha mãe: o culpado era o nó. Se não fosse ele, a flagelação me haveria causado menor estrago. E estaria esquecida. A história do cinturão, que veio pouco depois, avivou-a.
Meu pai dormia na rede armada na sala enorme. Tudo é nebuloso. Paredes extraordinariamente afastadas, rede infinita, os armadores longe, e meu pai acordando, levantando-se de mau humor, batendo com os chinelos no chão, e cara enferrujada. Naturalmente não me lembro da ferrugem, das rugas, da vós áspera, do tempo que ele consumiu rosnando, uma exigência. Sei que estava bastante zangado, e isso me trouxe a covardia habitual. Desejei vê-lo dirigir-se a minha mãe e a José Baía, pessoas grandes, que não levavam pancada. Tentei ansiosamente fixar-me nessa esperança frágil. A força de meu pai encontraria resistência e gastar-se-ia em palavras..."

(trecho de: Infância)

Graciliano Ramos - 1921-1964

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(Entre livros homenageia este mês o grande escritor nordestino, sua grande obra Vidas Secas, chega a centésima edição este ano)

terça-feira, novembro 21, 2006

OS 100 LIVROS BRASILEIROS DO SÉCULO 20

1.Novelas Paulistanas: Brás, Bexiga e Barra Funda - Antonio de Alcântara Machado
2.A Rosa do Povo - Carlos Drummond de Andrade
3.O Tempo e o Vento - Érico Veríssimo
4.Vidas Secas - Graciliano Ramos
5.Grande Sertão: Veredas - Guimarães Rosa
6.Invenção de Orfeu - Jorge de Lima
7.Libertinagem - Manuel Bandeira
8.Macunaíma: O Herói sem Nenhum Caráter - Mário de Andrade
9.Reinações de Narizinho - Monteiro Lobato
10.Poesia Liberdade - Murilo Mendes
11.Dom Casmurro - Machado de Assis
12.Triste Fim de Policarpo Quaresma - Lima Barreto
13.Memórias Sentimentais de João Miramar - Oswald de Andrade
14.Morte e Vida Severina - João Cabral de Mello Neto
15.A Hora da Estrela - Clarice Lispector
16.Gabriela, Cravo e Canela - Jorge Amado
17.Crônicas da Casa Assassinada - Lúcio Cardoso
18.Os Sertões - Euclides da Cunha
19.O Ex-Mágico - Murilo Rubião
20.O Vampiro de Curitiba - Dalton Trevisan
21.Os Cavalinhos de Platiplanto - J.J. Veiga
22.A Coleira do Cão - Rubem Fonseca
23.Ópera dos Mortos - Autran Dourado
24.A Lua vem da Ásia - Campos de Carvalho
25.Histórias do Desencontro - Lygia Fagundes Telles
26.Canaã - Graça Aranha
27.A Menina Morta - Cornélio Penna
28.A Luta Corporal - Ferreira Gullar
29.O Conde e o Passarinho - Rubem Braga
30.Baú de Ossos - Pedro Nava
31.Jeremias sem Chorar - Cassiano Ricardo
32.Faróis - Cruz e Souza
33.Vestido de Noiva - Nelson Rodrigues
34.O Pagador de Promessa - Dias Gomes
35.Navalha na Carne - Plínio Marcos
36.A Moratória - Jorge Andrade
37.Mar Absoluto - Cecília Meireles
38.O Dialeto Caipira - Amadeu Amaral
39.Princípios de Lingüística Geral - Joaquim Matoso Câmara Júnior
40. A Unidade da România Ocidental - Theodoro Henrique Maurer Jr
41. Línguas Brasileiras: para o Conhecimento das Línguas Indígenas - Aryon DallIgna Rodrigues 42.Princípios da Economia Monetária - Eugênio Gudin
43.Inflação: Gradualismo e Tratamento de Choque - Mário Henrique Simonsen
44.Da Substituição de Importações ao Capitalismo Financeiro - Maria daConceição Tavares
45.A Inflação Brasileira - Ignácio Rangel
46.Quinze Anos de Política Econômica - Carlos Lessa
47.A Economia Brasileira em Marcha Forçada - Antônio Barros de Castro eFrancisco Eduardo Pires de Souza
48.História Econômica do Brasil, 1500-1808 - Roberto Cochrane Simonsen
49.Desenvolvimento Econômico e Evolução Urbana - Paul Singer
50.A Lanterna na Popa: Memórias - Roberto Campos
51.Tratado de Direito Privado - Pontes de Miranda
52.Código Civil dos Estados Unidos dos Brasil - Comentado - ClóvisBevilacqua
53.A Cultura Brasileira: Introdução ao Estudo da Cultura no Brasil -Fernando de Azevedo
54.Educação para a Democracia: Introdução à Adm. Educ. - Anísio SpinolaTeixeira
55.Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
56.História da Educação no Brasil - Otaíza Oliveira Romanelli
57.A Criança Problema - Arthur Ramos
58.José Bonifácio: História dos Fundadores do Império do Brasil - OctávioTarquínio de Sousa
59.Capítulos da História Colonial - 1500 - 1800 - João Capistrano de Abreu
60.Evolução Política do Brasil e outros Estudos - Caio Prado Jr.
61.Formação Econômica do Brasil - Celso Furtado
62.Raízes do Brasil - Sérgio Buarque de Hollanda
63.Portugal e Brasil na Crise do Antigo Sistema Colonial - Fernando A.Novais
64.Da Senzala à Colônia - Emília Viotti da Costa
65.Os Donos do Poder. Formação do Patronato Político Brasileiro - RaymundoFaoro
66.Olinda Restaurada - Guerra e Açúcar no Nordeste - 1630/1654 - EvaldoCabral de Mello
67.O Escravismo Colonial - Jacob Gorender
68.A Integração do Negro na Sociedade de Classes - Florestan Fernandes
69.Casa Grande & Senzala - Gilberto Freyre
70.Formação da Literatura Brasileira - Antônio Cândido
71.A Terra e o Homem no Nordeste - Manoel Correia de Andrade
72.O Colapso do Populismo no Brasil - Octávio Ianni
73.Populações Meridionais do Brasil: Hist. Org. Psicolog. - OliveiraVianna]
74.Teoria da História do Brasil - José Honório Rodrigues
75.Formação Histórica da Nacionalidade Brasileira - Manoel de OliveiraLima
76.O Espaço Dividido, os dois circuitos da economia urbana dos paísessubdesenvolvidos - Milton Santos
77.Capitalismo e Escravidão no Brasil Meridional - Fernando HenriqueCardoso
78.Aldeamentos Paulistas - Pasquale Petrone
79.O Messianismo no Brasil e no Mundo - Maria Isaura Pereira Queiroz
80.Os Africanos no Brasil - Nina Rodrigues
81.Bibliografia Crítica da Etnologia Brasileira - Herbert Baldus82.Tradição e Transição em uma Cultura Rural do Brasil - Emílio Willems
83.Aspectos Fundamentais da Cultura Guarani - Egon Schaden
84.Estudos Afro-Brasileiros - Roger Bastide
85.Povoamento da Cidade de Salvador - Thales de Azevedo
86.Os Índios e a Civilização - A Integração das Populações Indígenas noBrasil Moderno - Darcy Ribeiro
87.O índio e o Mundo dos Brancos. A situação dos Tukuma dos AltosSolimões - Roberto Cardoso deOliveira
88.Bahia: A Cidade do Salvador e seu Mercado no Século XIX - Kátia M. deQueirós Mattoso
89.O Brasil Nação. Realidade da Soberania Brasileira - Manoel Bomfim90.A Organização Social - Alberto Torres
91.Contribuição à História das Idéias no Brasil - João Cruz Costa92.Consciência e Realidade Social - Álvaro Vieira Pinto
93.Estudos de Literatura Brasileira - José Veríssimo
94.Construções Civis: Curso Professorado na Escola Politécnica de SãoPaulo - Alexandre Albuquerque
95.Cálculo de Concreto Armado - Telemaco Van Langendonck / AssociaçãoBrasileira de Cimento Portland,1944-1950
96.Sobre Arquitetura - Lúcio Costa
97.Dicionário de Arquitetura Brasileira - Eduardo Corono e Carlos Lemos
98.Dicionário das Artes Plásticas no Brasil - Roberto Pontual
99.História Geral da Arte no Brasil - Walter Zanini
100.Histologia Básica - Luis Carlos Uchoa Junqueira e Jose Carneiro.


Votação promovida pela CBL em 1999

Os 100 melhores livros da literatura universal segundo a Folha de São Paulo

1º - Ulisses (1922) - James Joyce (1882-1941). Retomando parodicamente a obra fundamental do gênero épico -a "Odisséia", de Homero-, "Ulisses" pretende ser uma súmula de todas as experiências possíveis do homem moderno. Ao narrar a vida de Leopold Bloom e Stephen Dedalus ao longo de um dia em Dublin (capital da Irlanda), o autor irlandês rompeu com todos as convenções formais do romance: criação e combinação inusitada de palavras, ruptura da sintaxe, fragmentação da narração, além de praticamente esgotar as possibilidades do monólogo interior. Para T.S. Eliot, o mito de Ulisses serve para Joyce dar sentido e forma ao panorama de "imensa futilidade e anarquia da história contemporânea".
2º - Em Busca do Tempo Perdido (1913-27) - Marcel Proust (1871-1922). Ciclo de sete romances do escritor francês, inter-relacionados e com um só narrador, dos quais os três últimos são póstumos: "O Caminho de Swann", "À Sombra das Raparigas em Flor", "O Caminho de Guermantes", "Sodoma e Gomorra", "A Prisioneira", "A Fugitiva" e "O Tempo Redescoberto". Ampla reflexão sobre a memória e o poder dissolvente do tempo, o ciclo se apóia em fatos mínimos que induzem o narrador a resgatar seu passado, ao mesmo tempo em que realiza um painel da sociedade francesa no fim do século 19 e início do 20.
3º - O Processo - Franz Kafka (1883-1924). Na obra-prima do escritor tcheco de língua alemã, o bancário Josef K. é intimado a depor em um processo instaurado contra ele. Mas, enredado em uma situação cada vez mais absurda, Joseph K. ignora de que é acusado, quem o acusa e mesmo onde fica o tribunal.
4º - Doutor Fausto (1947) - Thomas Mann. Biografia imaginária do compositor alemão Adrian Leverkühn, escrita por seu amigo Serenus Zeitblom durante o desenrolar da Segunda Guerra Mundial. Nela, o autor, para recontar o pacto fáustico com o diabo, se vale de aspectos da vida de Nietzsche, da teoria dodecafônica de Shoenberg e do auxílio teórico do filósofo Adorno. O alemão Thomas Mann, filho de uma brasileira, recebeu o Prêmio Nobel em 1929.
5º - Grande Sertão: Veredas (1956)- Guimarães Rosa (1908-1967). No sertão do Norte de Minas, o jagunço Riobaldo conta para um interlocutor, cujo nome não é revelado, a história de sua vida de guerreiro e de seu amor pelo jagunço Diadorim -na verdade, uma mulher disfarçada de homem para vingar o pai morto em luta. A escrita de permanente invenção de Guimarães Rosa (feita de neologismos, arcaísmos, transfigurações da sintaxe) reelabora a expressão oral e os mitos do interior do país a fim de criar um quadro épico e metafísico do sertão
6º - O Castelo (1926) - Franz Kafka. Em busca de trabalho, o agrimensor K. chega a uma aldeia governada por um déspota que habita um castelo construído no alto da colina. Submetida a leis arbitrárias, a população passa a hostilizá-lo. Kafka morreu antes de concluí-lo.
7º - A Montanha Mágica (1924) - Thomas Mann (1875-1955). Imagem simbólica da corrosão da sociedade européia antes da Primeira Guerra. Ao visitar o primo em um sanatório, Hans Castorp acaba por contrair tuberculose. Permanece internado por sete anos, vivendo em um ambiente de requinte intelectual, em permanente debate com idéias filosóficas antagônicas, até que decide partir para o front.
8º - O Som e a Fúria (1929) - William Faulkner (1897-1962). Edições Dom Quixote (Portugal). No condado imaginário de Yoknapatawpha, no sul dos EUA, a vida da decadente família Compson é narrada por quatro personagens distintos, todos obcecados pela jovem Caddy, neste romance em que a linguagem se amolda à consciência de cada personagem. O americano Faulkner ganhou o Prêmio Nobel em 1949.
9º - O Homem sem Qualidades (1930-1943) - Robert Musil (1880-1942). Nova Fronteira Fio condutor do enredo, o ex-oficial Ulrich é repleto de dotes intelectuais, mas incapaz de encontrar uma finalidadeem que aplicá-los. De caráter ensaístico, a obra é uma vasta reflexão sobre a crise social e espiritual do século 20.
10º - Finnegans Wake Finnegans Wake (1939) - James Joyce. Penguin (EUA). No Brasil, trechos do livro em "Panaroma do Finnegans Wake" (Ed. Perspectiva). Joyce criou nesta obra, que radicaliza seu experimentalismo linguístico, provavelmente o mais complexo texto do século. A narrativa, repleta de referências simbólicas, mitológicas e linguísticas que tornam a leitura um desafio permanente, gira em torno do personagem Humphrey Chimpden Earwicker (HCE) e sua mulher Ana Lívia Plurabelle (ALP), que vivem em Dublin.
11º - A Morte de Virgílio (1945) - Hermann Broch (1886-1951). Relógio d'Água (Portugal). Escritor austríaco. Concebida enquanto o autor estava preso pelos nazistas, a obra é um longo monólogo interior do poeta latino Virgílio.12º - Coração das Trevas (1902) - Joseph Conrad (1857-1924). Ediouro Escritor ucraniano de língua inglesa. Em busca de um mercador de marfim que desapareceu na selva africana, o capitão Marlowe o encontra inteiramente louco e cultuado como um deus pelos nativos.
13º - O Estrangeiro (1942) - Albert Camus (1913-1960). Record . Obra que consagrou o autor francês de origem argelina (Nobel de 1957) ao tratar do absurdo da existência. Aparentemente sem motivação -"por causa do sol"-, Mersault mata um árabe durante passeio pela praia. Julgado e condenado à morte, resigna-se a seu destino.
14º - O Inominável (1953) - Samuel Beckett (1906-1989). Nova Fronteira . Conclusão da trilogia do dramaturgo irlandês, após "Molloy" e "Malone Morre". Reduzido a uma condição precária de existência -sem nome-, o narrador busca se apropriar da identidade de dois outros personagens, Mahood e Worm. Beckett ganhou o Nobel em 1969.
15º - Cem Anos de Solidão (1967) - Gabriel García Márquez (1928). Record . Colombiano, ganhou o Nobel em 1990. A saga de duas famílias no povoado fictício de Macondo é o pretexto para o autor construir uma alegoria da situação da América Latina. Obra que projetou internacionalmente o "realismo mágico".
16º - Admirável Mundo Novo (1932) - Aldous Huxley (1894-1963). Globo . Inglês. Alegoria sobre as sociedades administradas e sem liberdade. Em um futuro indefinido, todos os nascimentos são "de proveta" e os cidadãos são vigiados. Nascido de uma mulher, John se torna uma ameaça por sua diferença.
17º - Mrs. Dalloway (1925) - Virginia Woolf (1882-1941). Penguin Books (EUA). Inglesa. A partir de um fato banal -a compra de flores para uma festa-, Mrs. Dalloway relembra sua vida -como a relação com a filha e uma antiga paixão.
18º - Ao Farol (1927) - Virginia Woolf. Ediouro . Um passeio da família Ramsay a um farol, frustrada pelo mau tempo, torna-se imagem da sensação de perda que percorre a obra: logo após irrompe a Primeira Guerra e a morte atingirá os Ramsay.
19º - Os Embaixadores (1903) - Henry James (1891-1980). Oxford University Press ("The Embassadors", Reino Unido). Tema central do escritor americano, o confronto entre a mentalidade puritana dos EUA a cultura "fin-de-siècle" européia dá o tom nesta história sobre americano que vai a Paris para trazer de volta rapaz seduzido pela capital francesa.
20º - A Consciência de Zeno (1923) - Italo Svevo (1861-1928). Minerva (Portugal). Após várias tentativas malogradas para deixar de fumar, Zeno Cosini segue o conselho de seu psicanalista e decide escrever a história de sua vida, fazendo um retrato impiedoso da burguesia italiana.
21º - Lolita (1958) - Vladimir Nabokov (1899-1977). Cia. das Letras . Russo naturalizado americano. O professor quarentão Humber apaixona-se pela adolescente Lolita. Para tê-la próxima, casa-se com sua mãe, que morre em um acidente de carro. Os dois se tornam então amantes.
23º - O Leopardo (1958) - Tomaso di Lampedusa (1896-1957). L&PM . Único romance do autor italiano. No século 19, em uma Sicília dominada por clãs familiares, o aristocrático Fabrizio Salina recusa-se a ver a decadência de sua classe, anunciada pelas convulsões sociais que vão levar a Itália à unificação.
24º - 1984 (1949) - George Orwell (1903-1950). Companhia Editora Nacional . Inglês. Nesta sombria alegoria passada em futuro que seria o ano de 1984, cidadãos estão submetidos à autoridade onipresente do "Big Brother" e proibidos de manifestar sua individualidade.
25º - A Náusea (1938) - Jean-Paul Sartre (1905-1980). Nova Fronteira . Nesta obra que tornou o filósofo Sartre mundialmente conhecido, o herói Roquentin, sentado num banco de praça em uma cidade do interior, subitamente deixa de ver sentido no mundo e passa a ter consciência do "mal-estar de existir". Francês, Sartre recusou o Nobel em 64.
26º - O Quarteto de Alexandria (1957-1960) - Lawrence Durrell (1912-1990). Ulisseia (Portugal). Inglês de origem indiana. Tetralogia em que a mesma história de política, amor e perversão é contada de quatro óticas diferentes, em quatro diferentes romances : "Justine", "Balthazar", "Mountolive" e "Clea".
27º - Os Moedeiros Falsos (1925) - André Gide (1869-1951). Gallimard ("Les Faux-Monnayeurs", França). Edouard mantém um "diário do romance", a partir do qual pretende escrever um romance -"Moedeiros Falsos". A obra criou o "mise-en-abîme" -técnica em que a personagem se duplica dentro do romance. Francês, recebeu o Nobel em 1947.
28º - Malone Morre (1951) - Samuel Beckett. Edições Dom Quixote (Portugal). Segundo livro da trilogia do autor. Moribundo em um leito de hospital, Malone reflete sobre sua vida.
29º - O Deserto do Tártaros (1940) - Dino Buzzati (1906-1972). Mondadori ("Il Deserto dei Tartari", Itália) Italiano. O tenente Drogo é enviado ao longínquo e decadente forte Bastiani, situado na fronteira pacificada de um país que nunca é nomeado. Lá, todos aguardam há décadas o ataque improvável dos tártaros e a desilusão se torna regra.
30º - Lord Jim (1900) - Joseph Conrad (1857-1924). Publicações Europa-América (Portugal). Conrad narra a história de um marinheiro atormentado pelo remorso de ter permitido o naufrágio de seu navio.
31º - Orlando (1928) - Virginia Woolf. Ediouro . A autora inglesa imagina sua amiga, a também escritora Vita-Sackville West, vivendo nos três séculos anteriores.
32º - A Peste (1947) - Albert Camus. Record . Epidemia assola Orán, na Argélia. A cidade é isolada e muitos morrem. Escrita logo após o fim da Segunda Guerra, a obra reflete sobre como indivíduos reagem à morte iminente, ao isolamento e ao vácuo de sentido que se abre em suas vidas.
33º - O Grande Gatsby (1925) - Scott Fitzgerald (1896-1940). Relógio d'Água (Portugal). Americano. Vivendo de negócios ilícitos, Jay Gatsby revê antiga paixão, Daisy, agora casada com o milionário Tom Buchanan. Tornam-se amantes, mas Daisy e o marido acabarão por envolver Gatsby em intriga que o levará a um fim trágico.
34º - O Tambor (1959) - Günter Grass (1927). Vintage Books ("The Tin Drum", EUA). Obra em que o autor alemão narra a ascensão do nazismo. Internado em um manicômio, Oskar relembra sua vida desde os três anos, quando decidiu parar de crescer por ódio aos pais e ao mundo adulto.
35º - Pedro Páramo (1955) - Juan Rulfo (1918-1986). Paz e Terra (R$ 19,50). Mexicano. Nesta obra que prenuncia o "realismo mágico", Juan chega a Comala em busca do paradeiro do pai, Pedro Páramo. Mas, ao descobrir que o povoado é habitado apenas por mortos, Juan morre aterrorizado. Enterrado, outros fantasmas irão lhe contar a vida de seu pai.
36º - Viagem ao Fim da Noite (1932) - Louis-Ferdinand Céline (1894-1961). Cia. das Letras (R$ 30,00). Francês. Após ser ferido na Primeira Guerra, Bardamu conhece a americana Lola, com quem viaja para os EUA. Passado na França, África e nos EUA, a obra critica as guerras e o colonialismo.
37º - Berlin Alexanderplatz (1929) - Alfred Döblin (1878-1957). Rocco (R$ 42,00). Alemão. Obra que abriu novas possibilidades ao gênero ao utilizar técnicas de montagem e justaposição para construir, nos anos 20, uma Berlim multifacetada, por onde transitam personagens esmagadas pela engrenagem social.
38º - Doutor Jivago (1957) - Boris Pasternak (1890-1960). Itatiaia (R$ 15,90). Um amplo painel da Rússia nas três primeiras décadas deste século, desde a crise do czarismo até a implantação do comunismo. O autor foi perseguido pelo regime comunista soviético, que o forçou a recusar o Prêmio Nobel de 1958.
39º - Molloy (1951) - Samuel Beckett (1906-1989). Nova Fronteira (R$ 19,00). Primeiro obra da trilogia. Relembrando suas viagens, os narradores Molloy e Moran revelam-se a mesma pessoa, e as viagens, a busca da identidade perdida.
40º - A Condição Humana (1933) - André Malraux (1901-1976). Record (R$ 28,00). Ambientado em Xangai (China), o romance dramatiza os primeiros levantes da Revolução Chinesa, em 1927. Francês, Malraux foi ministro da Cultura de Charles de Gaulle.
41º - O Jogo da Amarelinha (1963) - Julio Cortázar (1914-1984). Civilização Brasileira (R$ 41,00). Argentino. A vida de Oliveira em Paris é o pretexto para o autor criar um dos romances mais ousados do século 20. Ao propor possibilidades da leitura dos capítulos fora da ordem sequencial, o narrador delega ao leitor a capacidade de também "construir" o romance.
42º - Retrato do Artista Quando Jovem (1917) - James Joyce. Ediouro (R$ 19,90). De caráter autobiográfico, a obra investiga o processo de formação do artista ao longo da infância e adolescência do personagem Stephen Dedalus, que será um dos personagens centrais de "Ulisses".
43º - A Cidade e as Serras (1901) - Eça de Queirós (1845-1900). Ediouro (R$ 7,80). Principal autor do realismo português, Eça põe em cena a dicotomia entre campo e cidade, ao contar a história de dois amigos, um entusiasta da moderna Paris e outro da vida bucólica em Portugal.
44º - Aquela Confusão Louca da Via Merulana (1957) - Carlo Emilio Gadda (1893-1973). Record (R$ 11,00). Neste romance "policial" sobre um roubo de jóias, ambientado nos primeiros anos do fascismo, o autor italiano radicaliza o uso de jargões, gírias e dialetos.
45º - As Vinhas da Ira (1939) - John Steinbeck (1902-1968). Record (R$ 22,00). Americano, ganhou o Nobel de 1962. Marcada por forte crítica social, obra narra a saga de uma família de camponeses em busca de trabalho na Califórnia.
46º - Auto de Fé (1935) - Elias Canetti (1905-1994). Nova Fronteira (R$ 42,00). Búlgaro de língua alemã, ganhou o Nobel de 1981. Obcecado desde a infância pela idéia de ler e saber tudo, o professor Kien acaba por morrer queimado em um incêndio de seus 100 mil livros.
47º - À Sombra do Vulcão (1947) - Malcolm Lowry (1909-1957). Ed. Siciliano (R$ 27,00). Inglês. Incorporando técnicas da linguagem cinematográfica -como flashbacks e justaposição de imagens e pensamentos-, a obra narra o périplo de um velho cônsul alcoólatra por uma cidadezinha do México.
49º - Macunaíma (1928) - Mário de Andrade (1893-1945). Scipione e Villa Rica . Obra de ficção mais importante do modernismo brasileiro, "Macunaíma", "o herói sem nenhum caráter", sincretiza o que Mário de Andrade considerava as características do povo brasileiro: índio, negro e branco, desleal, ambicioso, coração mole, corajoso, mas preguiçoso.
50º - O Bosque das Ilusões Perdidas (1913) - Alain Fournier (1886-1914). Relógio d'Água (Portugal). A partir da paixão de um estudante por uma aldeã, o autor francês constrói uma fábula poética sobre a passagem da infância à adolescência.
51º - Morte a Crédito (1936) - Louis-Ferdinand Céline (1894-1961). Nova Fronteira . Fugindo da miséria, Ferdinand deixa sua casa e se envolve com um inventor fantástico que criou uma forma de plantio "rádio-telúrico", que provoca a ira dos agricultores do interior da França. A obra radicalizou o experimentalismo linguístico de "Viagem ao Fim da Noite".
52º - O Amante de Lady Chatterley (1928) - D.H. Lawrence (1885-1930). Graal . Proibido na Inglaterra por 32 anos, acusado de obscenidade, o romance narra a paixão avassaladora entre a mulher de um aristocrata inglês e um guarda-caça.
53º - O Século das Luzes (1962) - Alejo Carpentier (1904-1980). Global . Cubano. Publicada a princípio em francês, essa crônica histórica se passa na ilha antilhana de Guadalupe, onde comerciante tenta impor os ideais da Revolução Francesa (1789) em curso na Europa.
54º - Uma Tragédia Americana (1925) - Theodore Dreiser (1871-1945). New America Library ("An American Tragedy", EUA). Escritor americano. Jovem ambicioso e arrivista planeja matar a namorada que pode impedir sua ascensão social. Deixa a idéia de lado, mas a moça acaba morrendo e ele é acusado.
55º - América (1927) - Franz Kafka. Livros do Brasil (Portugal). Obra inacabada de Kafka, publicada três anos após sua morte, conta a história de jovem que é enviado aos EUA pelos pais depois de engravidar uma empregada.
59º - A Vida - Modo de Usar (1978) - Georges Perec (1936-1982). Companhia das Letras . Partindo da idéia do quebra-cabeças, o livro relaciona as vidas e experiências dos moradores de um edifício em Paris. Perec participou do grupo de experimentação literária OuLiPo, de Raymond Queneau.
60º - José e Seus Irmãos (1933-1943) - Thomas Mann. Ed. Nova Fronteira . Tetralogia baseada na narrativa bíblica de Jacó, vendido pelos irmãos aos israelitas: "A História de Jacó", "O Jovem José", "José no Egito" e "José, o Provedor".
61º - Os Thibault (1921-1940) - Roger Martin du Gard (1881-1958). 2 vols. Ed. Globo . Neste ciclo de oito romances, os grandes temas do entre-guerras, como o declínio do espírito religioso e a desilusão com o socialismo, são encenados por meio da trajetória de dois irmãos. Francês, ganhou o Prêmio Nobel em 1937.
62º - Cidades Invisíveis (1972) - Italo Calvino (1923-1985). Companhia das Letras . O viajante veneziano Marco Polo descreve a Kublai Khan, de modo fabular e fantasioso, as incontáveis cidades do império do conquistador mongol.
63º - Paralelo 42 (1930) - John dos Passos (1896-1970). Ed. Rocco . Inaugurando a trilogia "USA", formada ainda por "1919" e "Dinheiro Graúdo", a obra do autor americano descendente de portugueses traça um painel da América nas primeiras décadas do século.
64º - Memórias de Adriano (1951) - Marguerite Yourcenar (1903-1987). Ed. Nova Fronteira . Escritora belga. No século 2º d.C., o imperador romano Adriano, próximo da morte, faz um balanço de sua existência em carta ao jovem Marco Aurélio.
65º - Passagem para a Índia (1924) - E.M. Forster (1879-1970). Publicações Europa-América (Portugal). Inglês. Na Índia sob dominação britânica, um nacionalista hindu é acusado por uma inglesa de praticar atos imorais. É preso e levado a julgamento.
66º - Trópico de Câncer (1934) - Henry Miller. Ibrasa - Instituição Brasileira de Difusão Cultural . De caráter autobiográfico, a obra recria o clima de liberdade e inconformismo de artistas e escritores americanos que viviam em Paris no entre-guerras.
67º - Enquanto Agonizo (1930) - William Faulkner. Ed. Exped . O périplo da família Bundren para enterrar a mãe em Jefferson é um pretexto para virem à tona -na consciência das personagens- as desavenças entre irmãos, pai e tios.
68º - As Asas da Pomba (1902) - Henry James (1843-1916). Ediouro . Rapaz é estimulado pela amante maquiavélica a cortejar uma milionária que está à beira da morte.
69º - O Jovem Törless (1906) - Robert Musil. Ed. Nova Fronteira . Alemão. Descreve a vida de adolescentes em um internato alemão, onde a severidade do sistema educacional conjuga-se à brutalidade do comportamento dos alunos.
70º - A Modificação (1957) - Michel Butor (1926). Minuit ("La Modification", França). Narrado inteiramente na segunda pessoa do plural, o livro conta a história de homem que, em um trem, a caminho de encontrar a amante em Roma, divide-se entre o amor dela e o de sua mulher.
71º - A Colméia (1951) - Camilo José Cela (1916). BCD União de Editoras . Espanhol, ganhou o Nobel de 1989. Diversos personagens e histórias se cruzam neste livro em que a verdadeira personagem é a cidade de Madri (Espanha), logo após a Segunda Guerra.
72º - A Estrada de Flandres (1960) - Claude Simon (1913). Ed. Nova Fronteira . O francês Claude Simon, ligado ao movimento do "roman nouveau" (novo romance), evoca neste livro a derrota da França pelos nazistas em 1940. Ganhou o Prêmio Nobel em 1985.
73º - A Sangue Frio (1966) - Truman Capote (1924-1984). Livros do Brasil (Portugal). Enviado como jornalista para cobrir um crime real, o autor americano criou um novo gênero -o romance-documento-, que insere na ficção a investigação sistemática da reportagem.
74º - A Laranja Mecânica (1962) - Anthony Burgess (1916-1993). Ediouro . Em uma cidade imaginária, o líder de uma gangue de vândalos é preso e submetido a lavagem cerebral para "descriminalizá-lo". Escritor britânico.
75º - O Apanhador no Campo de Centeio (1951) - J.D. Salinger (1919). Editora do Autor . O americano Salinger retrata o vazio da classe média americana e os dilemas típicos da adolescência nos anos 50 a partir da história de um jovem que vaga sem rumo por Nova York.
76º - Cavalaria Vermelha (1926) - Isaac Babel (1894-1941). Ediouro . De grande força épica, o livro narra a vida repleta de massacres e violência dos soldados russos -os cossacos.
77º - Jean Christophe (1904-12) - Romain Rolland (1866-1944). Ed. Globo . Biografia imaginária de um músico alemão que vai viver na França, mas acaba se decepcionando com a frivolidade da cultura do país.
78º - Complexo de Portnoy (1969) - Philip Roth (1933). Editora L&PM . Americano. Conceito da psiquiatria, "Complexo de Portnoy" tem como eixo garoto judeu obcecado pela mãe e em busca de satisfação sexual, o que acaba por aumentar seu complexo de culpa.
79º - Nós (1924) - Evgueni Ivanovitch Zamiatin (1884-1937). Ed. Antígona (Portugal). O escritor russo satiriza o regime comunista soviético por meio de uma cidade imaginária onde não existem nem individualismo nem liberdade.
80º - O Ciúme (1957) - Allain Robbe-Grillet (1922). Ed. Minuit ("La Jalousie", França). Francês. Nesta obra-chave do "nouveau roman", um narrador paranóico investiga a suposta traição da mulher.
81º - O Imoralista (1902) - André Gide (1869-1951). Ed. Gallimard ("L'Imoraliste", França). Escritor francês. Criado na estrita moral puritana, Michel busca a auto-realização, o que resulta no sacrifício daqueles que o cercam, como a sua mulher.
82º - O Mestre e Margarida (1940) - Mikhail Afanasevitch (1891-1940). Ed. Ars Poética . Escritor russo. Voland -a encarnação do diabo- é internado em um manicômio ao desmascarar os abusos e favoritismos da sociedade russa dos anos 20.
83º - O Senhor Presidente (1946) - Miguel Ángel Asturias (1899-1974). Ed. Losada ("El Señor Presidente", Argentina). Ganhador do Nobel de 1967, o guatemalteco se tornou um dos pioneiros do "realismo mágico" com esta obra que satiriza um ditador sul-americano.
84º - O Lobo da Estepe (1927) - Herman Hesse (1877-1962). Ed. Record . Escritor alemão. Solitário e em crise existencial, o escritor Harry Haller acaba por conhecer duas pessoas que vão incitá-lo a aceitar a vida em toda a sua plenitude.
85º - Os Cadernos de Malte Laurids Bridge (1910) - Rainer Maria Rilke (1875-1926). Editora Siciliano . Escritor alemão. Intelectual reflete em seu diário sobre a morte e a busca de Deus enquanto se recupera de uma doença.
86º - Satã em Gorai (1934) - Isaac B. Singer (1904-1991). Ed. Perspectiva . No século 17, em uma aldeia da Polônia assediada por tropas inimigas, um falso messias anuncia a redenção próxima. Polonês de língua inglesa, Singer recebeu o Prêmio Nobel em 1978.
87º - Zazie no Metrô (1959) - Raymond Queneau (1903-1976). Ed. Rocco . Francês, criador nos anos 60 do grupo de experimentação literária OuLiPo. Enquanto o metrô está em greve, Zazie percorre a cidade de Paris, partilhando a experiência de personagens como uma viúva, um taxista e um cabeleireiro.
88º - Revolução dos Bichos (1945) - George Orwell. Editora Globo . Animais de uma fazenda se rebelam contra seus donos e tomam o poder. Ambicionam realizar uma "sociedade" igualitária, mas logo se instala uma ditadura, a dos porcos, que submete os demais bichos como faziam os donos humanos.
89º - O Anão - Pär Lagerkvist. Ed. Farrar, Strauss & Giroux ("Dwarf", EUA). No século 15, em Florença, um anão conta em um diário como foi encarcerado na torre do palácio por Lorenzo de Médici depois de servi-lo por vários anos. O autor sueco ganhou o Nobel em 1951.
90º - A Tigela Dourada (1904) - Henry James. Oxford University Press ("The Golden Bowl", EUA). Dividido em duas partes, o livro é um estudo sobre o adultério a partir da ótica de um aristocrata e de sua mulher.
91º - Santuário - William Faulkner. Editora Minerva (Portugal). Um delinquente mata um de seus comparsas e violenta uma jovem, que ele depois obriga a se prostituir. Perseguido pela polícia, ele é inocentado do crime pela mulher, que acusa a um outro, que acaba linchado. A fraqueza da justiça humana, a crueldade e a impotência são alguns dos temas reunidos por Faulkner neste livro, em que a tragédia grega se intromete no romance policial, na observação de André Malraux.
92º - A Morte de Artemio Cruz (1962) - Carlos Fuentes (1928). Ed. Rocco . Escritor mexicano. Inválido e à beira da morte, o rico e poderoso Artemio Cruz relembra o seu passado revolucionário.
93º - Don Segundo Sombra (1926) - Ricardo Güiraldes (1886-1927). Ed. Scipione . De dimensões míticas, obra narra a formação de um jovem por um dos últimos "gauchos" dos pampas argentinos. Obra de forte caráter nacionalista.
94º - A Invenção de Morel (1940) - Adolfo Bioy Casares (1914). Ed. Rocco . Neste clássico da literatura fantástica, o autor argentino cria a história de um homem em fuga da Justiça que chega a uma ilha deserta, onde pouco a pouco realidade e imaginário começam a se misturar.
95º - Absalão, Absalão (1936) - William Faulkner. Editores Reunidos (Portugal). O passado mítico e trágico de Thomas Sutpen, que impôs a destruição à velha aristocracia de uma cidade, é narrado a partir de três pontos de vista diferentes, que se contradizem, se anulam ou se confirmam. O drama familiar, o conflito racial e a decadência sulina expandem-se em um quadro histórico dos maiores construídos por Faulkner.
96º - Fogo Pálido (1962) - Vladimir Nabokov (1899-1977). Ed. Teorema (Portugal). Escritor russo-americano. Após apresentar ao leitor um poema recém-descoberto -"Fogo Pálido"-, o narrador analisa sua estrutura e investiga as motivações que levaram o autor -já morto- a escrevê-lo.
97º - Herzog (1964) - Saul Bellow (1915). Ed. Relógio d'Àgua (Portugal). Em crise existencial, intelectual passa a enviar cartas a figuras fictícias, como filósofos, políticos, além de Deus e a si mesmo. Americano, ganhou o Nobel em 1976.
98º - Memorial do Convento (1982) - José Saramago (1922). Bertrand . Autor português, ganhou o Nobel em 1998. Durante construção de convento em Portugal no século 18, padre idealiza realizar um engenho voador, a "passarola", o que desagrada a Inquisição.
99º - Judeus sem Dinheiro (1930) - Michael Gold (1893-1967). Editorial Caminho (Portugal). Membro do Partido Comunista, o escritor americano traça um painel do bairro do Lower East Side, em Nova York, durante as primeiras décadas do século, quando começavam a chegar as primeiras levas de imigrantes judeus.
100º - Os Cus de Judas (1980) - Antonio Lobo Antunes (1942). Ed. Marco Zero . Escritor português. A obra trata de forma sarcástica e irreverente a ditadura salazarista dos anos 70 e as guerras pela libertação das colônias portuguesas na África.